“Imaginação e criatividade da juventude na maquiagem são incríveis”
Dominic Skinner, diretor artístico global da MAC e jurado do reality show 'Glow Up', celebra novos talentos da beleza em entrevista à CAPRICHO
maquiador Dominic Skinner, diretor artístico global da MAC, vê de perto os novos talentos da beleza e fica impressionado com a criatividade desses jovens, com os quais ele entra em contato no reality show Glow Up, em que participa como jurado.
No Brasil pela primeira vez, o profissional britânico conversou com a CAPRICHO sobre sua trajetória, o mercado atual e a potente imaginação da juventude.
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Dominic Skinner está no Brasil para participar do MAC Pro Summit, evento de beleza organizado pela marca que acontece nesta semana e promete desvendar segredos de maquiagem.
O experiente jurado de Glow Up, que conta que estudou a cidade de São Paulo em aulas de geografia quando era criança, está animado para viver essa experiência.
“Eu não acho que você pode ir a qualquer lugar tão rico em cultura e identidade como o Brasil e não ser influenciado. Como artista, é muito importante ver o que está acontecendo para que a sua esponja cultural absorva as coisas”, afirma à CH.
Ele também celebra a criatividade da geração atual e se mostra impressionado com as mais diversas possibilidades dela de imaginar a arte da maquiagem.
“Eles estão em seus quartos experimentando e por vezes não receberam um ‘não’ e fazem o que querem. E, por causa disso, a imaginação e a criatividade deles são incríveis e inventam caminhos que eu jamais imaginaria ou teria feito. A intuição na maquiagem é muito bonita de se ver.”
Leia a entrevista completa com Dominic Skinner abaixo:
CH: Como você se apaixonou por maquiagem?
Dominic: Eu sempre tive maquiagem no fundo da minha mente por assistir à minha mãe fazendo sua própria maquiagem e também vendo na TV e em filmes. A maquiagem tem um papel muito forte na cultura, mas é sempre ofuscada por outras coisas. Então, ela sempre esteve ali, mas eu me apaixonei mesmo quando fui estudar arte na faculdade. E, depois de um tempo, eu decidi estudar maquiagem como uma forma de arte.
Foi aí que você decidiu trabalhar com maquiagem?
Sim, e aí eu procurei uma educação formal. Porque, na época, não existia YouTube ou redes sociais. Hoje, a informação está na nossa palma da mão com o celular. Mas eu acho que o que a universidade me ensinou que você necessariamente aprende na internet é a habilidade de criar. Eu acho que as pessoas copiam e replicam o que elas veem. Então, o que eu diria é para as pessoas utilizarem essas informações, mas também desligarem a internet de vez em quando e tente por conta própria, sem que te digam como. Experimente, brinque, cometa erros. Se você comete o erro, você pode entender o que deu de errado e como melhorar.
Hoje, o que é importante para você, em meio a tantas tendências, na hora de desenvolver um novo produto?
As marcas de maquiagem têm dificuldade de desenvolver produtos e baseá-los em uma tendência, porque os produtos vão para desenvolvimento às vezes dois, três, até quatro anos antes de serem lançados. E você não sabe o que um adolescente de 15 anos de São Paulo vai fazer um dia que de repente vai se tornar popular. Então, o que se deve fazer é estar preparado e trazer produtos nos quais você acredita.
Eles [os jovens] inventam caminhos que eu jamais imaginaria ou teria feito. A intuição na maquiagem é muito bonita de se ver.
Dominic Skinner
Como jurado em Glow Up, você se depara com vários novos talentos. O que te impressiona e te fascina sobre essa nova geração?
O que me fascina é a falta de entendimento deles sobre o que seriam consideradas regras ‘old school’ da maquiagem, que acontece às vezes. Eles não necessariamente têm algum tipo de formação acadêmica; eles estão em seus quartos experimentando e por vezes não receberam um ‘não’ e fazem o que querem. E, por causa disso, a imaginação e a criatividade deles são incríveis. Eles inventam caminhos que eu jamais imaginaria ou teria feito. A intuição na maquiagem é muito bonita de se ver. E também tem aquela coisa que as pessoas jovens têm e acaba se perdendo conforme você envelhece, que é se perguntar: “Por quê?”. Fazer perguntas constantemente é muito importante, porque te faz pensar o motivo daquilo. Então, as pessoas jovens de hoje se divertindo com maquiagem e saindo de seus quartos para trabalhar na indústria deixam tudo mais animado, especialmente para velhos como eu [risos].
E qual conselho você daria para essas pessoas que estão começando no mundo da maquiagem?
A primeira coisa é não temer o fracasso. Erros são o seu melhor amigo, seu guia pessoal na indústria. A segunda coisa é: não sinta necessidade de perguntar a opinião de outras pessoas. Às vezes, você pode perguntar aos outros, se você ainda estiver em dúvida sobre a sua própria opinião, mas não se deixe influenciar porque alguém não gostou. É melhor falhar nos seus próprios termos do que falhar porque alguém te disse para não fazer algo que você queria.
