Preenchimento labial: contraindicações, quanto tempo dura e mais dúvidas

Com quantos anos posso fazer? Especialistas respondem perguntas frequentes sobre o assunto!

Por Sofia Duarte Atualizado em 30 out 2024, 17h24 - Publicado em 6 jul 2021, 13h35

Você conhece alguém que já fez preenchimento labial? Ele ganhou força nos últimos anos porque usa uma substância chamada ácido hialurônico, que, inclusive, já temos no nosso corpo, e por apresentar pouquíssimos riscos, desde que feito com um profissional adequado. Mas como funciona esse processo? Dói? Com quantos anos posso fazer? E até que ponto é saudável para a nossa autoestima? A CAPRICHO conversou com especialistas para tirar essas e outras dúvidas. Confira!

Como é feito?

Uma substância chamada ácido hialurônico é aplicada nos lábios e nas linhas de expressão próximas a boca. E de que forma ela age na região? “O AH atrai moléculas de água e estimula o organismo a produzir mais colágeno para hidratar os lábios e firmar a pele ao redor“, explica o dermatologista Dr. Aldo Vasconcelos. Segundo ele, os pontos que recebem o ácido variam de acordo com cada caso, podendo ser no contorno dos lábios, na parte inferior ou superior e até por dentro da boca.

O procedimento costuma ser indolor, pois, além da anestesia local, é feito com agulhas muito pequenas ou com microcânulas. Os lábios podem apresentar um leve inchaço nas primeiras 48 a 72 horas, que pode ser aliviado ao colocar uma bolsa de gelo no local.

Quanto tempo dura?

Em média, o efeito possui duração de 12 a 18 meses, e o retoque varia de acordo com os objetivos de cada pessoa. Você não precisa, necessariamente, ficar um período sem fazer o procedimento.

Quais são as contraindicações?

A Dra. Mirelle Ferreira, dermatologista, explica que alguns pacientes não devem realizar o preenchimento, caso tenham herpes labial (em fase ativa), doenças infecciosas da cavidade oral e da pele, doenças autoimunes, alergia ao ácido hialurônico e gestantes ou lactantes.

Existem riscos?

Sim, especialmente se o médico ou cirurgião-dentista não for capacitado para fazer o procedimento da melhor forma possível. Porém, esses casos costumam ser raros. As complicações mais temidas são as vasculares, conforme explica a Dra. Mirelle, que consistem no entupimento de alguma artéria que faz o suprimento sanguíneo dos lábios, o que pode ocasionar isquemia do tecido e até necrose, se não forem tratadas de forma rápida por uma pessoa experiente. Por isso, sempre pesquise bem o profissional antes de tudo, combinado?

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Gif de uma boca recebendo injeção de preenchimento labial. A boca está em preto e branco, o fundo é amarelo e a injeção se move para cima e para baixo ao lado de uma seta vermelha.
Preenchimento labial Gfycat/Reprodução

Com quantos anos posso fazer?

Para a Dra. Mirelle, não existe uma idade mínima. “Digo que é aquela em que o paciente identificou a vontade de mudar, e tem consciência do procedimento. Se for menor de idade, os pais devem autorizar e assinar junto o termo de consentimento informado no ato da consulta“, afirma. 

O Dr. Aldo aconselha que mudanças estéticas sejam feitas na fase adulta, mas que depende da avaliação de cada profissional. A Dra. Larissa Leme, que é cirurgiã-dentista, recomenda o preenchimento a partir dos 18 anos.

Coloquei demais. É reversível?

Sim! A reversão é feita com uma enzima chamada hialuronidase, que degrada o ácido hialurônico. No entanto, há um lado negativo nisso. “Toda vez que essa substância é usada, além de destruir o produto injetado, também degrada o ácido hialurônico natural do organismo”, informa o Dr. Aldo.

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O boom do preenchimento labial

Nos últimos anos, temos visto muitas personalidades famosas, como a Kylie Jenner, realizando esse procedimento, resultando em sua disseminação entre as pessoas que as acompanham. Por que esse boom aconteceu? Para a Dra. Mirelle, isso se deve ao fato de que o procedimento raramente apresenta efeitos adversos. “O ácido hialurônico, por ser uma molécula produzida pelo nosso corpo, tem alta compatibilidade e mínimo índice de rejeições. Por ser a molécula bioidêntica e o procedimento reversível, o preenchimento facial ganhou o Brasil e o mundo por ser uma solução médica estética interessante não oferecendo grandes riscos, ou seja, trata rapidamente uma queixa, com grande índice de satisfação, e raras complicações, a grande maioria reversível. Ainda tem a vantagem de ter aplicação rápida, confortável e não deixa cicatrizes.”

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Até que ponto realizá-lo é saudável, inclusive para a autoestima?

Para o Dr. Aldo, desde que haja um equilíbrio e um resultado natural, o que vai depender de cada caso. “Acho saudável quando temos uma autoestima e segurança de nós mesmos. O ponto negativo acontece quando perdemos a noção do belo e queremos extrapolar nos procedimentos. Os padrões de beleza atuais fazem que muitos jovens se cobrem ou levam insegurança. Acredito que tudo deve ter equilíbrio entre corpo e mente, para que não aconteça erros ou dismorfismos faciais.”

A dentista Larissa Leme acredita que cada fase da nossa vida deve ser curtida da maneira adequada. “O procedimento injetável deve ser indicado se existe algo que realmente incomoda um adolescente. Não vejo problema algum em melhorar a estética de um paciente jovem com autorização e consciência dos responsáveis! Hoje utilizamos produtos absorvíveis pelo corpo, então o procedimento se torna extremamente seguro.”

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Segundo a Dra. Mirelle, o procedimento é saudável quando tem indicação estética coerente e vontade do paciente. “Lembrando que, mesmo o paciente tendo vontade, o profissional deve ter ética e bom senso na avaliação. Nos dias atuais, não é incomum ver pessoas que sofrem de transtorno dismórfico corporal. Nesses casos, elas nunca se encontram satisfeitas com a aparência, devido a transtornos de autoestima e autoimagem. Quando identifico casos assim, logo encaminho para acompanhamento e suporte psicológico, antes mesmo de fazer qualquer procedimento estético.”

“Caso o paciente tenha certeza do que quer, tenha indicação coerente e, acima de tudo, apoio familiar para fazer o preenchimento, ele pode naturalmente realizá-lo. É importante que consulte um profissional experiente e que tenha afinidade em atender o público jovem. Não é proibido fazer preenchimento labial antes dos 18 anos, mas deve-se pensar ainda mais, visto que pode ser um paciente mais vulnerável a transtornos dismórficos e mais exigente com a autoimagem, tudo deve ser avaliado carinhosamente. Os resultados são incríveis, mas é um procedimento de responsabilidade”, conclui.

Quem deu as informações: Dr. Aldo Vasconcelos, dermatologista e especialista em medicina estética; Dra. Larissa Leme, cirurgiã-dentista; Dra. Mirelle Ferreira, dermatologista.

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