Blog da Galera: você conhece a festa da Lavagem do Bonfim?
Nina Braga, representante de Portugal da Galera CH, participou de uma das festas mais tradicionais de Salvador!
E aí, galera! Tudo bem? Aqui é a Nina Braga e hoje vim falar sobre um assunto bem diferente de moda, maquiagem ou celebridades. Na minha última temporada na Bahia, visitando minha família, tive a oportunidade única de presenciar uma das festas regionais mais incríveis e tradicionais da cidade de Salvador: a Lavagem do Bonfim! Já ouviram falar da fitinha do Senhor do Bonfim? Aquela que pode ser de diferentes cores e que cada um dos três nós representa um desejo? Chegaram lá, né?
Então, a importância do Senhor do Bonfim aqui na Bahia vai muuuuito além das famosas fitinhas coloridas. Você deve estar pensando: “Nina, tô de férias… Nem venha com essa aula de história”, mas juro que essa matéria será curtinha, mas com uma bagagem cultural imensa!
A Festa do Senhor do Bonfim, também conhecida como Lavagem do Bonfim, acontece todos os anos desde 1754, em toda 2ª quinta-feira do ano. Na verdade, a tradição começou muito diferente de como ela é hoje. Naquela época, como os senhores ricos iam para a missa católica na sexta-feira, eles obrigavam seus escravos a lavarem as escadarias da igreja no dia anterior. Horrível, né? Porém, os escravos faziam a lavagem das escadarias com muita alegria, música e dança, o que acabou se tornando a “véspera do dia do Bonfim”, muito mais famosa do que a missa de celebração dos seus senhores em si.
A festa começa na Igreja da Conceição da Praia, de onde sai um cortejo com a imagem do Senhor do Bonfim em direção à Igreja do Bonfim. Nessa caminhada de 7 km, a imagem é acompanhada pelos representantes da igreja católica e por dezenas de baianas, todas impecavelmente vestidas com suas indumentárias, além de milhares e milhares de pessoas que vão celebrar a sua fé.
A Lavagem do Bonfim é um bom exemplo do que na Bahia nós chamamos de “sincretismo religioso”, que é uma espécie de convergência e identidade entre a religião católica, com seus santos e tradições, e as religiões africanas, em especial o candomblé, com seus orixás. É muito emocionante ver essa integração e esse respeito entre as religiões!
Na experiência que vivi, foi possível sentir a energia contagiante das pessoas que caminham juntas na sua fé, rodeadas de muita música e alegria. Acompanhei de perto toda a caminhada e foi muito lindo ver a chegada da imagem com a lavagem das escadarias da Igreja feita com tanta dedicação pelas baianas. É uma celebração inesquecível que vale a pena colocar na agenda! E como diz o famoso ditado baiano: quem tem fé, vai à pé!
Beijos,
@ninabraga