Bolsonaro faz “piada” com gordos, misoginia e defende trabalho de menor

No início da live, o presidente ainda disse que não responderia algumas questões pois teriam "distorções por parte da grande mídia"

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 23h34 - Publicado em 11 set 2020, 15h48

Durante live realizada na última quinta-feira (10/9), o presidente Jair Bolsonaro fez comentários inapropriados sobre pessoas gordas, misoginia e incentivou o trabalhou infantil. Ao lado de Esther Castilho, uma youtuber mirim de 10 anos, o presidente disse: “Estou vendo na internet que hoje é o Dia do Gordinho. É verdade? O gordinho pode salvar a tua vida ou não?”, perguntou para a criança.

Instagram/ jairbolsonaro/Reprodução

A menina responde que sim e começa a contar uma história que, se fosse perseguida por um urso, escaparia por conseguir correr mais. Se for comer o [e cita o nome de uma pessoa da equipe], vai ser muita gordura. O urso vai passar mal”, comenta o presidente rindo.

Em relação à misoginia, Bolsonaro decidiu contar em tom de gargalhada sobre a primeira vez em que ouviu a palavra. “Misógino. Eu confesso que a primeira vez que gritaram misógino para mim eu não sabia. Tinha um assessor do lado: ‘Pega aí rapidinho na internet o que é misógino para saber se estou sendo xingado ou elogiado'”, falou. Na sequência, o presidente questiona os integrantes da sua equipe se eles sabem qual é o significado da expressão e completa em tom de ironia: “Se você não gosta de mulher, você gosta de homem, então?” 

Era uma senadora do Pará que estava em uma audiência pública lá, aquele negócio de kit gay, aquela história toda. E ela não gostou da minha presença lá e falou que eu era misógino. Então, se eu não gosto de mulher, é sinal de que eu gosto de homem. Quem não gosta de mulher gosta de homem, é isso?”, perguntou para Esther. “Mas é feio isso aí. Tem que ser certinho, gente, para vocês terem um futuro bem legal lá na frente”, responde a criança.

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Em outro momento da transmissão ao vivo, Esther diz que “começou aos 6 anos” [a carreira] e o presidente e sua equipe, repleta de homens, caem na gargalhada, como se tivessem interpretado a frase com cunho sexual. Então, a menina explica que iniciou sua carreira como repórter e apresentadora aos 6 e que seus pais começaram a trabalhar quando tinham 13.

Bolsonaro aproveita então para defender o trabalho infantil e cita um garoto que, segundo o presidente, trabalhava como engraxate. “Tem uma história que não apurei se é verdade ou falsa, mas tá na internet. Um garoto com caixa de engraxar. Ele foi no relojoeiro para comprar um presente para o pai. O relojoeiro deu pra ele, devolveu o dinheiro, e parece que alguém do Ministério do Trabalho notificou o dono dizendo que estava fazendo apologia ao trabalho. Deixa o moleque trabalhar. (…) Eu trabalhei, aprendi a dirigir com 12 anos. Molecada quer trabalhar? Trabalha. Hoje, se está na Cracolândia, ninguém faz nada com o moleque”, diz o presidente da República.

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