Como surgiu a Parada do Orgulho LGBT e o que o evento representa

A Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo acontece neste domingo (2). Veja a história por trás dessa manifestação social

Por Da Redação Atualizado em 29 out 2024, 15h44 - Publicado em 2 jun 2024, 13h00
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Neste domingo, 2 de junho, acontece a 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo. O evento, que colore toda a Avenida Paulista, reafirma neste ano o compromisso de apoiar representantes que promovam políticas públicas afirmativas e defendam os direitos da comunidade. Essa ideia está resumida na frase tema da celebração: “Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo: vote consciente por direito da população LGBT+.

A Parada do Orgulho na capital paulista, considerada a maior do mundo, teve sua primeira edição em 1997, mais precisamente no dia 28 de junho – escolhido como Dia do Orgulho Gay em homenagem à Rebelião de Stonewall, que aconteceu lá nos Estados Unidos. A seguir te contamos mais sobre essa história por trás do evento.

O que foi a Rebelião de Stonewall

Bom, para entender o contexto do evento que acontece aqui, é preciso “viajar” até os anos de 1960 nos Estados Unidos, quando não se encaixar nos padrões de heteronormatividade era um crime em todos os estados do país americano. Só em 1962 Illinois foi o primeiro a alterar o Código Penal para descriminalizar qualquer prática homossexual. Outros estados começaram a seguir o exemplo, mas isso ainda levou um tempo. Na verdade, práticas homossexuais só deixaram de ser um crime no país inteiro em 2003.

Naquela época, um bar chamado Stonewall Inn era o único estabelecimento em Nova York que recebia, abertamente, o público gay. Servia como uma espécie de refúgio para as pessoas LGBTQI+, onde elas podiam se sentir seguras e livres para andar de mãos dadas, beijar e demonstrar carinho por quem elas quisessem. Diferentemente de outros locais, o bar recebia de braços abertos não apenas gays e lésbicas, mas membros ainda mais periféricos da comunidade, que eram ainda mais excluídos da sociedade e tratados como aberrações, como drag queens.

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Geralmente, a polícia ignorava a existência do estabelecimento, porque os proprietários tinham relação com a máfia italiana e pagavam propina para que ele continuasse funcionando. Entretanto, o bar tinha uma série de problemas: não possuía licença para comercializar bebidas alcoólicas, não tinha saídas de emergência e também não seguia as exigências sanitárias. Na madrugada do dia 28 de junho de 1969, a polícia de Nova York decidiu então fazer uma ação para verificar as condições do local, quebrando o acordo com a máfia. Alegando venda proibida de bebida alcoólica, os policiais prenderam funcionários, agrediram e levaram sob custódia alguns frequentadores.

Estima-se que mais de 200 pessoas estavam no bar Stonewall Inn quando os policiais chegaram. Muitas delas bloquearam a saída do lugar, acenderam as luzes e desligaram a música. Cerca de 13 pessoas foram detidas, a maioria delas por vestir roupas “inapropriadas ao seu gênero”. Mas, para a surpresa dos policiais, a ação não terminou como esperado. Alguns registros mostram que, entre diversas coisas, o que mais se ouvia naquela noite eram gritos de “orgulho gay” e “poder gay”.

Aquela noite passou, mas os protestos continuaram. Depois da revolta, parte da comunidade gay de Nova York saiu às ruas para fazer manifestações durante uma semana. Meses depois, surgiram as primeiras organizações pelos direitos LGBTQ+ nos Estados Unidos.

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Foto do bar Stonewall Inn
Foto recente do bar em NY onde tudo começou Spencer Platt/Getty Images

A Revolta de Stonewall levou à criação das primeiras paradas para celebrar o orgulho LGBT, como a marcha que aconteceu nos Estados Unidos em 1970 – e acontece até hoje em várias partes do mundo. Apesar de serem marcadas por trios elétricos e músicas, as paradas tem um enorme papel político e pode ser visto como um evento de luta e resistência.

E aí, vai marcar presença na Parada do Orgulho deste ano?

 

 

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