Digitar ‘pai e filha’ no Google mostra a necessidade do feminismo

A realidade ainda assusta. E muito!

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 11h25 - Publicado em 1 jan 2018, 13h00

As imagens a seguir são bastante chocantes e podem causar desconforto. Muito desconforto. Infelizmente, notícias como as que veremos abaixo ainda são bastante comuns no Brasil e no mundo. É de partir o coração pensar que essa é a realidade de muitas meninas, que são abusadas dentro de casa pelos próprios pais. E é exatamente isso o que esse teste que está circulando na internet propõe: denunciar casos de abuso sexual e mostrar como, muitas vezes, ele é usado como fonte de prazer para algumas pessoas, no mínimo, com sérios problemas psicológicos.

Digitar 'pai e filha' no Google é entender porque precisamos do feminismo
Reprodução/Empodere Duas Mulheres Reprodução

Ao buscar no Google por “pai e filha” é possível se deparar com uma quantidade infinita de links de sites pornográficos que estimulam abertamente o estupro de garotas. As cinco primeiras páginas do buscador, ou seja, aquelas que são as mais buscadas e consumidas pelo público, mostram sugestões de conteúdo de vídeos, textos e imagens de pais transando com filhas, como é possível ver logo abaixo. Apesar de essa discussão ser extremamente importante e necessária, optamos por ocultar algumas palavras e expressões para poupar nossas leitoras menores de idade e crianças.

Digitar 'pai e filha' no Google é entender porque precisamos do feminismo
Reprodução

Apesar de ser crime acessar e compartilhar itens sobre pedofilia, abuso sexual e que exponham a intimidade de uma pessoa sem o consentimento dela, de acordo com o artigo 241 da Constituição Brasileira, a quantidade de links e a facilidade com a qual eles são encontrados é algo seríssimo e prova como nós, mulheres, ainda somos vulneráveis e continuamos expostas ao machismo – que muitos insistem em dizer que não existe.

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Reprodução

Um fato curioso é que a busca por “pai e filho” no Google nos põe em contato com matérias extremamente felizes e acolhedoras. Um fato triste (mais um) é que no meio dos links pornográficos sugeridos, encontramos um ou outro canal de YouTube de famílias que criam conteúdo juntas e matérias sérias sobre pais e filhas. Assustador!

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Reprodução
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Uma pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em 2011 mostra que 24% dos agressores de crianças são os próprios pais e padastros. Na vida adulta, esse número aumenta para 60%. Logo, concluímos que quanto mais desenvolvida a filha está, com mais “cara de mulher”, mais certos pais sentem desejo sexual por elas. Apesar de alguns anos terem se passado desde a pesquisa em questão, os números não diminuíram.

Outro dado interessante é que, de acordo com um estudo realizado pela Datafolha em 2016, um em cada três brasileiros culpa a mulher pelo estupro sofrido. Interessante que as pesquisas sugeridas pelo Google mostram conteúdos direcionados justamente para o público masculino…

Dá medo, né? Assusta, dá nojo, causa aquele sentimento de impotência e impunidade. E é exatamente por isso que não podemos nos enganar e dizer que o machismo não existe ou que o feminismo não é necessário no Brasil. Logo nós, um país com pessoas tão bem resolvidas e esclarecidas!? ~alerta de ironia~

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