‘É muito mais importante ter amigos próximos que ser popular’

Deborah de Mari, Sócio-Fundadora do projeto Força Meninas, desmistifica essa ilusão de que ser popular é o que mais importa na adolescência.

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 21h12 - Publicado em 23 out 2017, 15h03

No último sábado, 21, rolou uma comemoração especial do Dia Mundial da Menina na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em São Paulo. Organizado pelo Força Meninas, a tarde contou com palestras sobre autoestima, representatividade e empreendedorismo. O evento, chamado “Mude o Mundo como uma Menina”, teve a presença de crianças a partir de seis anos, adolescentes e pais que estavam interessados em debater sobre feminismo com suas filhas.

Cartaz feito durante as palestras do evento e as Irmãs Bawar, que falaram sobre representatividade e bullying. Arquivo Pessoal/Reprodução

Deborah de Mari, Sócio-Fundadora e Presidente da Escola de Liderança para Meninas, conversou com a CAPRICHO e revelou os passos iniciais do projeto. A pesquisadora, que sempre trabalhou no meio corporativo, afirma que esse ambiente é muito difícil, principalmente para as mulheres. Foi daí que surgiu a ideia de empoderar meninas para que elas não se sentissem menores no futuro diante dos muitos líderes homens que ainda existem em empresas, que, em sua maioria, ainda são bastante machistas. “Os desafios que teremos no futuro são pouco aprendidos nas escolas. Nós então trabalhamos o fortalecimento das meninas através de workshops“, revela.

Ao lado de Deborah, um time incrível de mulheres, que conta com psicólogas, professoras, engenheiras e jornalistas, colabora para o projeto. A Presidente do Força Meninas acredita que, durante a adolescência, a maioria das garotas vive em um ambiente de ansiedade, depressão e falta de pertencimento. Algumas são mais afetadas por ele, outras são menos. Contudo, todas, pelo menos uma vez na vida, sentem-se perdidas durante a puberdade. “Parece que você nunca é a protagonista, mas sua voz é importante e o que você sente também!“, garante.

À esquerda, algumas dançarinas da Cia Ballet de Cegos, que se apresentaram no evento. Foi emocionante! À direita, mais um pouquinho do cartaz girl power. Arquivo Pessoal/Reprodução
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Uma das coisas mais legais dos workshops organizados pelo projeto é que eles são acessíveis e chegam até escolas. Esse em São Paulo, na Livraria Cultura, foi o primeiro aberto ao público. A taxa de inscrição era de R$ 25, um valor simbólico para que as colaboradoras consigam manter o site do Força Meninas no ar e tenham alguma renda para colocar em prática novas ideias. “Contudo, toda vez que uma menina não puder pagar, ela pode entrar em contato com a gente. A ideia é que seja um ambiente de inclusão!”, explica Deborah, que completa dizendo que comunicação é a base da escola: “a garota tem tanto medo de errar que prefere ir pelo caminho mais confortável. Essa decisão faz com que a menina se questione quem é e o que veio fazer na vida”.

Outro ponto que a pesquisadora e josnalista destaca é que a autoestima das meninas na adolescência, por volta dos 13 anos, cai 3X mais que a dos meninos. O ambiente mutas vezes tóxico do colégio e das redes sociais, e a busca por popularidade, confundem ainda mais a cabeça da garota. Nessa época, cria-se uma ilusão de que ser popular é a coisa mais importante da vida: ser o centro das atenções, ter amigos meninos, receber muitos likes no Instagram, ter muitos seguidores… “Na adolescência, é muito mais importante ter amigos próximos que ser popular”, garante Deborah de Mari. Esse é o princípio da sororidade!

Galera toda reunida no evento! A Deborah é a loira da frente, vestindo calça rosa e usando microfone lateral. Facebook/Força Meninas/Reprodução
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Para saber mais sobre o projeto, acompanhe o site oficial do Força Meninas e, é claro, a CAPRICHO. Juntas, vamos transformar garotas sonhadoras em mulheres de visão! E você, já mudou o mundo como uma menina hoje?

 

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