Egoscrolling é real: solteiros confessam que não querem match, só biscoito
O problema é que esse comportamento, usado para aumentar a autoestima, pode ter efeito reverso
alvez você não tenha ouvido falar sobre este termo antes, mas pode já ter praticado o ego-scrolling, mesmo que de forma inconsciente. Ele refere-se ao uso de aplicativos de namoro para inflar o ego, acumulando curtidas e matches, sem realmente buscar um encontro ou construir uma conexão real.
De acordo com uma pesquisa do happn, 87% dos usuários nunca tinham ouvido falar em ego-scrolling, mas 51% admitiram já ter praticado, de forma consciente ou não. O comportamento pode ser um reflexo de baixa autoestima ou até tédio.
Para 25% dos usuários, as curtidas faz com que eles se sintam mais confiantes, além de aumentar a autoestima (21%) e ser divertido (18%). Já 35% dos usuários acreditam que este comportamento é negativo por criar falsas expectativas e interações superficiais.
E qual é problema do ego-scrolling, CH?
É comum ficar feliz com uma curtida ou match. O problema é que ficar no app vendo quem gostou de você, como uma forma de aumentar a autoestima, pode ter um efeito reverso e deixar ela ainda mais instável. Afinal, ao se prender nas curtidas e matches, você coloca a sua confiança e seu valor nas mãos de outras pessoas, dependendo da opinião (e de um like) deles para se sentir bem com você mesmo.
Então, sempre que usar o aplicativo de relacionamento, vale se perguntar qual é a intenção. Você está em busca de conhecer legal, marcar um encontro? Ou só está usando como forma de validação e para inflar o ego? Fica a reflexão!
Outro cuidado importante ao usar aplicativos é não cair no “paradoxo da escolha”, como já alertamos por aqui. O psicólogo de relacionamentos e neurocientista Thomas Schultz-Wenk afirmou, em entrevista anterior à CAPRICHO, que os aplicativos de relacionamento, onde se dão grande parte da paquera entre os jovens atualmente, são grandes facilitadores para você conhecer outras pessoas e trazem possibilidades que o mundo offline não é capaz de proporcionar. O problema, segundo ele, é que muitas possibilidades não são sinônimo de qualidade. “Quanto mais opções temos, mais paralisados ficamos”.
Essa questão é o que o psicólogo americano Barry Schwartz chamou de paradoxo da escolha*. O conceito defende que quando nos deparamos com muitas opções, ficamos com medo de escolher e de se arrepender por não ter escolhido uma opção melhor. “Então, no aplicativo de relacionamento, quando você está conversando com três pessoas, você sai com uma delas, mas não investe nela, porque sempre fica com a pulga atrás do orelha pensando se as outras não são um pouquinho melhores que essa”, explica Thomas.
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