Mitos e verdades: 11 dúvidas respondidas sobre higiene íntima feminina

Da depilação ao sabonete, passando pelo pós-sexo e o jeito de lavar, veja como cuidar direitinho da sua região íntima

Por Djenifer Dias Atualizado em 30 out 2024, 16h22 - Publicado em 5 fev 2022, 10h04

Para descobrir como cuidar da higiene íntima de forma correta e sem medo, a CAPRICHO conversou com a médica ginecologista Taís Calomeny, que tirou as dúvidas mais comuns sobre o assunto:

1. Qual é a forma correta de realizar a higiene da parte íntima?

Durante o banho, use apenas água e sabão neutro para regular o pH da região. Já após utilizar o banheiro, o recomendado é a higienização apenas com o papel higiênico da forma correta, ou seja, de frente para trás, da vagina em direção ao ânus. Quando a garota está menstruada, ela deve se atentar para cuidados específicos, como a troca dos absorventes, o uso de sabonete neutro e eventualmente lenços umedecidos e, por fim, se atentar à higienização de itens pessoais como roupas íntimas, coletor menstrual e calcinhas absorventes.

Fundo laranja com uma calcinha azul e uma flor no centro.

2. Com qual frequência ela deve ser feita?

A higiene íntima feminina no banho deve ser feita diariamente e no mínimo uma vez ao dia. A higienização após as idas ao banheiro são realizadas todas as vezes sem exceção. Os cuidados durante o período menstrual incluem a troca dos absorventes pelo menos 4 vezes ao dia e, é claro, a higienização com água abundante e sabonete neutro diariamente.

3. Devemos usar sabonete específico? Se sim, como escolhemos o produto ideal?

Para o dia a dia, apenas água e sabão neutro são ideais e funcionam muito bem. Produtos específicos são indicados apenas para quem tem alergias a sabonetes comuns. Nesses casos, o recomendado é conversar com seu médico ginecologista para encontrar o produto que melhor garanta o equilíbrio do pH vaginal.

4. Depois das relações sexuais, devemos ter algum cuidado especial (como urinar após a transa)?

Sim. A higiene íntima após as relações sexuais é essencial e começa nas mãos. Além dessa região, as bocas, dentes e áreas íntimas precisam de cuidado especial, pois sua higiene evita, inclusive, a proliferação de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Nosso corpo possui formas naturais de “expulsar” elementos indesejados por meio da urina. Por isso, após o sexo, utilizar o banheiro é uma das melhores melhores medidas para evitar contrair infecções indesejadas, seja na forma de micróbios, bactérias ou secreções.

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5. Tem algum cuidado específico durante a menstruação?

A troca dos absorventes é fundamental. Se a garota está acostumada a fazer o uso de produtos convencionais, ela deve trocá-los pelo menos 4 vezes ao dia. Já para aquelas que preferem o interno, coletor menstrual ou as calcinhas absorventes, devem realizar a troca e higienização dos itens a cada 6h ou de acordo com as recomendações de uso. Os lenços umedecidos também são fundamentais, pois, nessa época em que a mulher libera sangue constantemente, o papel higiênico não é suficiente para uma higiene completa da região.

6. Dormir sem roupa íntima realmente ajuda?

Dormir sem calcinha é um hábito que ajuda a deixar a região íntima feminina arejada e evita irritações e abafamentos. Mas, claro, não é uma obrigação. Você pode dormir da maneira que se sentir mais confortável. O uso de roupas de algodão é recomendável, pois as peças mais justas podem aumentar a umidade e a temperatura da região, favorecendo o surgimento de infecções e o desequilíbrio da flora vaginal.

7. Tem algum tecido específico para roupa íntima que ajude na saúde desta região? Qual é o mais aconselhado e qual é o menos?

Além das escolhas estéticas para a lingerie, é fundamental que a mulher opte por modelos que tenham tecidos que proporcionem o bem-estar e a saúde da região. O algodão, por exemplo, ajuda a evitar irritações, alergias e infecções. Além disso, ele é supermacio, “respirável” e evita a proliferação de bactérias na região íntima. Temos no mercado também o tecido modal que, além de ser confortável, é sustentável e indicado para aquelas que praticam atividades físicas com frequência. Já os tecidos de microfibra e elastano não são legais para essa região, pois, apesar de se moldarem bem ao corpo, aumentam a transpiração, tornando o ambiente úmido e quente. É o cenário ideal para o surgimento de fungos, bactérias e outros microorganismos que podem causar doenças como a candidíase!

Corpo feminino com foco na parte da calcinha branca com duas mãos a cobrindo, nas pernas glitter vermelho.

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8. Quais sinais indicam que a nossa higiene íntima não está sendo feita corretamente?

Odores mais fortes do que o comum, pois o pH fica mais básico e resulta nesse cheiro mais forte, secreção (corrimento) mais espesso, amarelado e/ou acompanhado de coceira e ardência, dores durante a relação sexual e, por fim, pequenas bolinhas no púbis ou espinhas (foliculite causada por pelos encravados).

9. Tem algum alimento que pode ajudar na saúde da região íntima? Tem algum que pode desregular muito o pH?

Cereais, legumes e vegetais ricos em fibras estimulam uma boa qualidade de funcionamento do intestino. Além disso, as frutas vermelhas, como a cranberry, podem ajudar na eliminação de bactérias que causam infecção urinária, enquanto o consumo das peras, por exemplo, auxilia a evitar o desenvolvimento de câncer uterino. Já verduras verdes, como a couve, ajudam a combater a coceira, queimação e secura vaginal. Mas, atenção, é importante conversar com um médico especialista e um nutricionista para garantir uma rotina de cuidados saudáveis para uma maior qualidade de vida e saúde, ok?

10. A depilação interfere de alguma forma com a higiene íntima?

Os pelos funcionam como barreiras de defesa contra bactérias e, por isso, o ideal é não realizar a depilação total (apesar dela ser considerada padrão esteticamente). Depile apenas o contorno da região vaginal, usando, é claro, produtos confiáveis e com bastante higiene. No Verão, evite realizar o procedimento no mesmo dia que for dar um mergulho no mar ou na piscina, pois o processo pode deixar lesões minúsculas na pele, favorecendo ainda mais inflamações e infecções cutâneas.

11. Por que no Verão as mulheres costumam ter mais candidíase, por exemplo? Ela tem alguma coisa a ver com a higiene íntima?

O bem-estar ginecológico pode sofrer desequilíbrio durante o Verão por falta de alguns cuidados com a higiene íntima. Por ser uma temporada de mergulho no mar e piscina, as roupas de banho ficam úmidas e utilizá-las durante horas seguidas pode facilitar o surgimento de infecções urinárias e até mesmo candidíase. Para evitar que isso ocorra, utilize biquínis e maiôs com forro de algodão. E, sempre que possível, tome uma ducha para tirar os resquícios de sal, cloro, areia e suor. São cuidados básicos e que ajudam a diminuir coceiras, ardência, irritação e desequilíbrio do pH da pele.

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