“O garimpo é um crime contra a humanidade”, diz indígena Samela Awiá

Ativista diz que autoridades, como a Polícia Federal, e o próprio governo sabem dos crimes relacionados ao garimpo ilegal, mas que uma resolução nunca chega

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 16h00 - Publicado em 9 Maio 2022, 14h03

A denúncia de estupro e morte de uma menina Yanomami de 12 anos veio à tona em abril, quando Júnior Hekurari, presidente do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana), postou um vídeo relatando o ocorrido no YouTube. Segundo o líder indígena, os crimes teriam sido praticados por garimpeiros ilegais que vivem na área de Waikás, em Roraima.

Na sequência, Hekurari noticiou que a comunidade Aracaçá, onde tudo teria ocorrido, havia sumido e que cerca de 25 indígenas estavam desaparecidos. O caso foi o estopim para a hashtag #CadeOsYanomami explodir nas redes sociais.

À esquerda, foto de Samela. Ela é uma mulher indígena e vestes trajes típicos vermelhos. À direita, um rio lamacento.
Instagram/Reprodução

Os indígenas foram encontrados na manhã da última sexta-feira (6), mas o debate sobre o garimpo ilegal em terras indígenas continua. Em entrevista para a CAPRICHO, a comunicadora e ativista Samela Awiá dá o seu ponto de vista como uma mulher Sateré Mawé sobre a questão: “As atividades do garimpo afetam também o meio ambiente e são crimes contra a humanidade”, explica.

 

Sam ainda reforça que essa história não é de hoje. Desde os anos 80, terras Yanomami são exploradas pela mineração. “Os crimes provenientes do garimpo ilegal estão em todos os cantos: no STF, no MPF, na Polícia Federal… E foram denunciados pelas próprias organizações indígenas, só que nenhuma resolução é encontrada“, lamenta.

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