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O que pode estar por trás da sua carência afetiva e como olhar para isso

A carência é algo comum, mas que pode alcançar níveis preocupantes se não existir um cuidado com ela

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 16h02 - Publicado em 24 mar 2024, 10h00

Em algum momento, você já se perguntou se seu sentimento por alguém era real ou você só estava se sentindo carente naquele momento?  Entender a vontade de estar com a outra pessoa é muito importante. Afinal, às vezes não se trata do outro, mas de uma necessidade dentro de você. Bora falar mais sobre a famosa carência?

A psicóloga Gabriela Borba, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), explica que “carência afetiva é um estado emocional em que a pessoa sente uma falta significativa de afeto, atenção, cuidado e apoio emocional”. E essa falta não se restringe a relacionamentos amorosos, viu? “Ela pode acontecer em diferentes contextos da vida desde família e amizades até no ambiente de trabalho”, explica à CAPRICHO.

A psicóloga Luciana Garcia acrescenta que o afeto pode ser definido como “uma predisposição para se conectar de forma discriminativa a pessoas específicas”. A primeira pessoa com a qual desenvolvemos essa relação de afeto é, geralmente, a mãe. “O afeto gera segurança física, identidade, segurança emocional, autoestima e esse afeto primordial que desenvolvemos serve como base para as relações futuras”, explica.

Sendo assim, a carência afetiva se dá pela falta dele. “Vamos pensar que carregamos dentro de nós um tanque cheio de afeto. Conforme vamos realizando as nossas atividades do dia a dia, gastamos esse combustível e ele precisa ser reabastecido para voltar a funcionar de forma adequada. E isso é feito por meio das nossas relações diária”, exemplifica.

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Quais são os principais sinais de carência?

Luciana afirma que cada pessoa vai demonstrar a carência de uma maneira diferente, de acordo com seu temperamento, personalidade e sua criação. “Alguns ficam muito tristes, outros demonstram por meio da raiva, tem também aqueles que ficam reclamando de tudo e se tornam mais pessimistas”, diz. A especialista também cita que algumas pessoas podem “ficar doentes” como uma forma de obter atenção e cuidados.

“E, claro, quando nosso tanque de afeto se encontra vazio, não conseguimos dar afeto, pois não podemos dar aquilo que não temos”, aponta Luciana como mais um sinal a ser levado em consideração.

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Quando a carência se torna preocupante?

Gabriela ressalta que “todos nós, em algum momento da vida, podemos experimentar sentimentos de falta, solidão ou necessidade emocional”. Mas a carência torna-se preocupante quando atinge níveis excessivos ou persistentes, interferindo na vida diária, nos relacionamentos e no bem-estar emocional da pessoa. Ela dá os seguintes exemplos:

  • Quando uma pessoa se torna dependente de outras pessoas para se sentir completa, feliz ou segura, incapaz de se autosustentar emocionalmente;
  • A carência pode motivar a pessoa a aceitar abusos, relacionamentos tóxicos, busca compulsiva por atenção ou afeto;
  • A carência também pode levar a um isolamento social significativo, pois uma pessoa pode ter dificuldade em construir e manter relacionamentos saudáveis, afastando-se de outras pessoas.

“O estado de carência prolongada pode ainda contribuir para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e transtornos de personalidade”, completa a psicóloga.

Quais são as causas da carência?

Como já falamos por aqui, a carência é um estado emocional recorrente da falta de afeto. Mas o que está por trás disso? Gabriela diz que não existe uma única resposta, mas diversos fatores precisar ser avaliados, entre eles, os emocionais, psicológicos, sociais e familiares.

Pessoas que tiveram experiências de abandono ou negligência emocional na infância ou em relacionamentos anteriores estão muito sujeitas a se sentirem carentes, por exemplo. “Tudo isso deixa marcas emocionais profundas e afeta a capacidade da pessoa de confiar em outras pessoas e fazer com que se sinta seguro nos relacionamentos”, explica. Outro exemplo é de pessoas que apresentam autoestima pouco desenvolvida – elas pode buscar por validação externa para compensar a falta de autoconfiança e autoaceitação.

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Como tratar a carência?

As duas especialistas reforçam que as causas, funcionamentos e consequências da carência são muito particulares. Por isso, é tão importante a avaliação e acompanhamento piscológico para entender e tratar cada caso, certo?

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