Os quatro grandes erros que cometemos quando estamos conhecendo alguém

Se você está em busca de criar uma relação saudável, vale ficar atenta a estas armadilhas

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 18h37 - Publicado em 18 jun 2023, 12h01

A construção de um relacionamento legal começa muito antes de ele ser oficializado. A parte da “ficada” é muito importante para conhecer melhor a pessoa, alinhar expectativas e também se apresentar do jeito que você é ao outro. Mas existem algumas armadilhas que costumamos cair e que nos impedem de criar uma relação bacana.

A CAPRICHO conversou com a psicóloga Ana Streit e a psiquiatra Maria Clara Silveira, que elencaram os quatro erros graves que cometemos quando estamos conhecendo alguém. Muitas vezes, eles acabam passando despercebidos ou são normalizados, viu?

 

Então, se você está curtindo uma pessoa com que está saindo e tem intenções de transformar esse lance em algo mais profundo, vale ficar atenta(o) a estas atitudes!

1. Ser permissiva demais para ser aceita 

É claro que todo mundo quer ser aceito, principalmente no início de um relacionamento, né? Por isso não é difícil acabar se silenciando ou se esforçando demais para ser a(o) parceira(o) ideal. Ana Streit, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, lembra da importância de ser fiel aos seus gostos, preferências e incômodos. Assim poderá cortar caminho caso o outro não se sintonize com o que percebe de você, e, por outro lado, se aceita será por quem você é de verdade.

“Compartilhe responsabilidades, pegue leve com você e lembre-se de que um relacionamento saudável é uma maratona, e não uma corrida de 100 metros.”

Ana Streit, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental

 

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“Outro erro é exigir de si mesmo o desempenho perfeito, esquecendo que o relacionamento é uma dança em conjunto. Aqui entra a ilusão de resolver todos os problemas da vida do outro, ou, ser uma espécie de salvadora”, alerta a especialista. Em resumo, por mais que você se esforce, ainda terá que contar com a parte do outro.

2. Esperar a perfeição do outro

Assim como você não deve ser tão exigente com você, o mesmo vale na sua visão do outro. Sabe quando você se incomoda com aquele mínimo detalhe que você não aprova? Isso não é legal. Afinal, esperar a perfeição do outro é criar um relacionamento baseado em desempenho e não em conexão. 

3. Ver o relacionamento como um jogo 

Você está mais interessado(a) em conquistar ou em viver uma relação saudável e legal? Se a resposta for a segunda opção, deixe de lado os joguinhos, como demorar para responder, mesmo estando disponível e querendo conversar ou, negar um convite mesmo querendo ir, para mostrar que tem outros compromissos.

Muitas vezes, isso acontece porque você tem vergonha e até medo de demonstrar o que sente. Acontece que essas atitudes podem dar a impressão ao outro de que você não está tão afim, ou de que não se importa, alerta Ana.

“Ao invés de fazer charme através da indiferença, mostre o que sente com coragem e lealdade aos seus sentimentos, de forma a enfrentar o desconforto da intimidade. Essa transparência será essencial no longo prazo “, completa a psicóloga.

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4. Confundir química com compatibilidade

A psiquiatra Maria Clara Silveira explica que a química é a sensação de atração que se parece com conhecer uma droga nova e muito boa. Você fica pensando na pessoa, desejando estar com ela, ansiosa quando ela não responde e quando estão juntos é aquela sensação de um amor intenso.

“Jeffrey Young, psicólogo criador da terapia do esquema diz que, se pudesse desejar algo no amor para alguém querido, seria uma química mediana. Nem muito alta nem muito baixa”, cita a especialista. Segundo ele, a química é muito causada por um tipo destrutivo de compatibilidade: as pessoas envolvidas têm “traumas complementares”. A pessoa com trauma de abandono que se apaixona pela pessoa comprometida, por exemplo, ou a pessoa com baixa auto estima que se apaixona por um narcisista.

“Química demais pode ser uma bandeira vermelha. O primeiro elemento que precisamos num relacionamento é segurança! Sem isso, não adianta ter química.”

Maria Clara Silveira, psiquiatra e comunicadora de saúde

Ou seja, a química intensa vem da familiaridade com aquele padrão que a pessoa apresenta. Dessa forma, os dois se comportam e se respondem de forma bem intuitiva, o que gera a sensação de que aquele relacionamento faz sentido. “Mas, o que você está reconhecendo, é o que te fez mal e que pode te fazer reviver seus traumas”, explica.

Por fim, Maria Clara aconselha: “É muito importante que cada um esteja em sua jornada de autoconhecimento e crescimento para que o relacionamento não se torne o lugar onde a pessoa irá depositar e repetir suas frustrações”.

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