Sem tabu! É hora de meninas – e meninos – se vacinarem contra HPV

"A proteção é muito mais barata que o tratamento de câncer", disse a oncologista Andréa Paiva Gadelha Magalhães, em eventoda Casa Clã

Por NAIARA ALBUQUERQUE Atualizado em 29 out 2024, 18h53 - Publicado em 10 mar 2023, 20h16

Desconforto ou a aparição de verrugas na vagina ou no pênis podem ser sinal do HPV (chamado de papilomavírus humano), uma infecção sexualmente transmissível (IST), que afeta meninos e meninas, e que, sem o devido tratamento, pode se transformar em um câncer. Não entendeu? Calma que a gente te explica tim por tim dessa história e como você, independente do gênero, pode e deve se vacinar agora contra esse vírus.

Pensando em abordar o tema de uma maneira direta e prática, a Casa Clã, evento organizado pela Boa Forma, CLAUDIA, Bebê.com e Elástica -, que acontece entre 8 e 11 de março na Casa Higienópolis, em São Paulo, organizou nesta sexta-feira (10) o talk Saúde da mulher: conscientização e vacinação contra HPV como melhores caminhos para a prevenção do câncer.

Na mesa do evento, esteve presente a Dra. Andréa Paiva Gadelha Magalhães e a Dra. Márcia Datz Abadi. O papo foi mediado por Helena Galante, diretora de redação de CLAUDIA, Boa Forma e Bebê.

Se você ficou interessada ou interessado em participar, basta se inscrever de forma online ou presencial. A programação completa está aqui

Mas voltando ao tema: você pode contrair o vírus da HPV de diversas formas e nem sempre poderá apresentar sintomas ao longo da vida. A transmissão pode acontecer em contato com a pele ou a mucosa infectada, mas o contato sexual – mesmo sem penetração, viu? – é o mais comum deles. Ou seja, sexo anal e sexo oral também são formas de contágio.

Continua após a publicidade

A boa notícia é que temos uma vacina que te protege contra tudo isso, ok? No SUS, jovens, – meninos e meninas – entre 9 e 14 anos recebem a vacina contra HPV de forma gratuita. Para adultos até 45 anos, a vacinação pode ser feita via rede privada. Ou seja, independente se você já deu início a vida sexual, é super importante que você busque essa forma de prevenção.

Na semana passada, inclusive, o Brasil começou a disponibilizar a vacina nonavalente contra HPV – que previne 90% dos casos de câncer de colo do útero. Por enquanto, a vacina só está disponível na rede privada de saúde. A imunização é, também, indicada para quem já tomou a vacina quadrivalente.

Três mulheres sentadas debatem sobre importância da vacinação contra HPV
Talk ‘Saúde da mulher: conscientização e vacinação contra HPV como melhores caminhos para a prevenção do câncer’, na Casa Clã Mayra Azzi/Reprodução
Continua após a publicidade

Sem tabu na hora de vacinar

Para Márcia Datz Abadi, diretora médica da MSD Brasil, é importante deixar de lado o tabu e a vergonha na hora da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. ”É um combate recorrente contra o preconceito e a vergonha. Precisamos falar cada vez mais sobre a prevenção e como ela é importante para prevenir um possível câncer daqui 30 anos. Às vezes as pessoas podem acabar se perdendo nessa jornada e deixando para depois algo que poderia ser feito hoje”, afirmou em evento da Casa Clã.

Todo esse tabu que Abadi comentou recai principalmente sobre os jovens. Isso porque muitas das vezes os pais encaram como uma forma de incentivar o sexo entre jovens a vacinação – o que não faz sentido, ok? Mais importante do que a vergonha e o tabu é se proteger!

E, agora, vamos aos dados: uma a cada duas pessoas já teve, tem ou terá contato com o vírus da HPV (chamado de papiloma vírus) durante toda a sua vida. É comum que tenhamos contato com ele durante uma relação desprotegida e passe anos – há relatos de pessoas que passaram décadas – sem demonstrar quaisquer sintomas. Daí, mais uma vez, a importância de se vacinar e se proteger, né?

Continua após a publicidade

”A proteção é muito mais barata que o tratamento de câncer”, afirma a médica e oncologista Andréa Paiva Gadelha Magalhães. Pensando na importância de levar conhecimento não só para a sociedade civil como um todo, mas também para os profissionais de saúde, Gadelha formou o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).

 

Publicidade