Addison Rae deixa de ser promessa e entrega um ótimo debut pop

Cantora investe em referências dos anos 2000, letras confessionais, produção caprichada e acerta em cheio

Por Arthur Ferreira 6 jun 2025, 19h01
E

la ficou conhecida dançando no TikTok, lançou um hit debochado em 2021 e flertou com o estrelato no cinema. Mas foi só agora, aos 24 anos, que Addison Rae finalmente entregou o que parecia guardar há anos: Addison, seu aguardado álbum de estreia mostra que ela não está mais apenas brincando de ser popstar.

A transformação não veio do nada. A cantora passou os últimos dois anos afiando sua estética e som, testando os limites entre o viral e o conceitual. Ela lançou um EP querido por fãs de pop alternativo, dividiu vocais com Charli xcx e ensaiou uma guinada artística com videoclipes carregados de melancolia.

Foi com o lançamento da faixa Diet Pepsi, que estreou direto na Billboard Hot 100 e viralizou com mais de 200 mil vídeos no TikTok, que a mudança virou fato. Addison não era mais só uma influenciadora tentando cantar, era uma artista com algo a dizer.

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O disco, lançado pelo selo Atlantic Records, traz dez faixas produzidas por Elvira Anderfjärd e Luka Kloser. Juntas, elas construíram uma sonoridade que passeia entre synthpop nostálgico, baladas noventistas e um eletropop moderno. O resultado é um álbum com assinatura própria, mas repleto de acenos a divas como Madonna, Britney Spears e Lana Del Rey.

Logo na abertura com New York, Addison já estabelece seu universo com batidas eletrônicas e letras sobre liberdade e um glamour meio triste que percorre todo o projeto. Headphones On mistura R&B com desabafos sobre o divórcio dos pais enquanto Fame Is a Gun aborda com ironia e dor a relação com a fama. High Fashion mergulha no clima dançante.

Apesar da diversidade sonora, o álbum se mantém firme em uma estética bem definida. A arte da capa, cheia de brilho e saturação lembra visuais de Britney Spears, Hilary Duff, Lindsay Lohan, Christina Aguilera e Beyoncé nos anos 2000. Nos videoclipes, Addison se joga entre visuais grandiosos e cenários surreais.

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Em entrevistas, Addison contou que o disco surgiu de uma necessidade de se entender melhor. E essa busca aparece em versos introspectivos de Times Like These, que flertam com Ray of Light, ou os sintetizadores de Money Is Everything, onde ela brinca com o glamour e a loucura da vida pública.

No fim das contas, Addison é o retrato de uma artista que entendeu o cenário atual da música pop e se jogou de cabeça. A garota dos vídeos virais agora entrega um trabalho cheio de conceito, mas sem perder a leveza. E se antes havia dúvidas sobre sua permanência na música, agora há apenas uma certeza: Addison Rae chegou de verdade.

Ouça Addison, de Addison Rae:

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