Ainda Estou Aqui vence Oscar inédito de Melhor Filme Internacional

Filme baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva conquistou o primeiro Oscar para o Brasil e ainda pode render outras duas estatuetas.

Por Mavi Faria Atualizado em 3 mar 2025, 15h20 - Publicado em 2 mar 2025, 23h57
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histórico, é do Brasil! Ainda Estou Aqui garantiu a primeira estatueta da história do Brasil na 97ª edição do Oscar em uma vitória emocionante. Na premiação, o filme ainda pode levar outras duas estatuetas, a de Melhor Atriz, com a indicação de Fernanda Torres, e de Melhor Filme.

Nesta categoria, Ainda Estou Aqui desbancou o seu principal rival, o filme francês Emília Pérez, que contou com recorde de indicações nesta edição do Oscar, 13 no total. Ele era um dos favoritos nas principais categorias. A maré de sorte do longa, que vem garantiu boa parte dos prêmios dessa temporada, começou a virar há algumas semanas, quando publicações com cunho preconceituoso foram descobertos nas redes sociais.

No discurso de agradecimento, o diretor Walter Salles agradeceu “em nome do cinema brasileiro” e afirmou se sentir honrado, dedicando o prêmio a Eunice Paiva, personagem protagonista do filme, vivida por Fernanda Torres e sua mãe Fernanda Montenegro.

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Isso é para uma mulher, que durante um luto em uma ditadura militar, decidiu não ceder. O nome dela é Eunice Paiva. Isso também vai para duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Vocês são demais. Isso é extraordinário”, afirmou Salles, emocionado.

Além dos dois, a categoria de Melhor Filme Internacional também indicou Flow, pela Letônia, A Garota da Agulha, pela Dinamarca e a A Semente do Fruto Sagrado pela Alemanha.

A cerimônia do Oscar acontece na noite deste domingo (2), em Los Angeles, e pode ainda garantir uma vitória histórica ao Brasil, a primeira na premiação. Além de ter a chance de vingar a perda de Fernanda Montenegro, mãe de Torres, do Oscar de 1999, quando concorria pela sua atuação em Central do Brasil.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o Ainda Estou Aqui narra a trajetória de Eunice Paiva, sua mãe, vivida por Fernanda Torres.

Mãe de cinco filhos, Eunice enfrenta o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, durante a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Ela se torna um dos principais nomes de luta pelos direitos indígenas e, também, pelo direito à memória e reconhecimento da violência provocada pelo estado naquele período

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