Crescendo: série documental do Disney+ aborda desafios na adolescência

A CH conversou com diretores e jovens que protagonizaram a produção criada por Brie Larson em parceria com a Culture House

Por Anny Caroline Guerrera Atualizado em 30 out 2024, 15h34 - Publicado em 13 set 2022, 18h46

Para você, o que é crescer? O que significa passar por aquele período cheio de novos desafios e obstáculos? É isso que Crescendo, a nova série documental da Disney+ procura explorar com relatos de 10 jovens que contam suas experiências e histórias de amadurecimento durante a infância e adolescência.

Além de usar diferentes recursos visuais para contar detalhes da jornada de um, a produção – criada por Brie Larson em parceria com a Culture House – também fez uma roda de conversa para que as experiências pessoais de quem protagonizou os episódios do documentário fossem compartilhadas entre eles e temos a oportunidade de perceber como muitos se identificaram com as diferentes trajetórias relatadas no dia de gravação.

Em conversa com a CH, Larson falou da pressão enfrentada por crianças e adolescentes e como isso foi um tema recorrente em grande parte dos episódios: “Foi algo que descobrimos antes mesmo de escalar as pessoas, quando estávamos tentando identificar quais são os grandes obstáculos que os jovens estão superando agora”, refletiu a atriz.

“Depois de conversar com centenas de pessoas, posso dizer que a linha entre tudo era essa pressão. Essa pressão colocada nos jovens para serem de uma certa forma, para agirem de uma certa forma, para conseguir algo muito rápido, tão cedo na vida, para saber exatamente quem você é, o que quer fazer e como fazer”, pontuou ela sobre como esse medo de falhar se tornou um dos grandes temas abordados durante o documentário e que está tudo bem em não saber a resposta.

Continua após a publicidade

Athena Nair, protagonista de um dos episódios, acrescentou que foi importante para ela ouvir as outras histórias compartilhadas pelos membros do elenco e que espera que a série tenha um impacto em quem está assistindo, assim como aconteceu com ela: “Quando eu estava crescendo, eu não me via representada. Não via pessoas como eu, com minhas experiências, pessoas que se pareciam comigo, que falavam como eu e que tinham famílias como a minha contando suas histórias. Nem mesmo em comerciais, na TV, nada.”

A jovem explicou que isso fez com que, antigamente, ela não visse opção para seu futuro, mas as coisas mudaram e ela espera que essa transformação também aconteça para quem assistir aos episódios: “Estou muito animada para jovens – e pessoas mais velhas também, de todas as idades – verem todas essas diferentes maneiras de viver. E para verem tantas opções viáveis para encontrar alegria e felicidade fora das normas e pressões da sociedade“, destacou.

Grupo de pessoas posando para foto sorrindo enquanto estão sentados com uma luz forte em formato de círculo ao fundo e luzes rosas nas laterais
Crescendo Disney/Anthony Artis/Divulgação
Continua após a publicidade

Yara Shahidi, que participou da série como diretora, recordou como algumas situações específicas mostradas podem gerar um sentimento de identificação. No caso de Sofia Ongele, que teve sua história contada na produção, esse momento foi representado por ter vergonha de levantar a mão para fazer ou responder perguntas durante a aula, por conta de uma experiência ruim que teve no passado.

“Acho que o que foi legal nessa cena, por mais triste que seja e por mais triste que eu tenha ficado a filmando, é que muitas vezes nos fazemos sentir como se estivéssemos exagerando. Ou nos fazemos pensar que estamos fixados em algo sem importância do passado. Sem dar o espaço que precisamos para dizer: ‘Ah, não, isso foi uma parte importante quando estava crescendo. Isso mudou a forma como eu me sentia em relação aos professores ou a segurança que sentia no meu espaço acadêmico'”, ressaltou Yara sobre a representação da memória que Sofia.

View this post on Instagram

A post shared by Disney+ (@disneyplus)

Continua após a publicidade

Ainda sobre o tema, Yara reafirmou como é importante não ignorar o assunto, principalmente dentro do ambiente acadêmico: “De uma forma estranha, foi como validar dizer: ‘Você tem todo o direito de refletir nessas experiências. Você tem todo o direito de dar o espaço necessário e passar por quaisquer que sejam essas emoções.’ Porque essas são as coisas que acontecem conosco diariamente.”

A atriz também recordou a produção do episódio de Sofia e a seleção do conteúdo que entrou na série: “Mesmo que essa tenha sido uma história. Quer dizer, a quantidade de coisas que tivemos que cortar, mesmo das conversas, que poderiam estar lá, acho que chocaria qualquer um. Mas sinto que como duas pessoas que são garotas negras dentro do ambiente acadêmico, era um momento muito importante para destacar”, explicou.

É louco como algo assim consegue seguir com você por tanto tempo por conta da forma como, naquele momento, aquilo enquadra seu desenvolvimento como ser humano. Naquele momento, fui atingida com uma grande ansiedade e síndrome do impostor”, adicionou Sofia, que completou relembrando de outras experiências positivas que teve e a ajudaram a superar isso aos poucos para tornar a pessoa que é hoje em dia.

Crescendo já está disponível no catálogo do Disney+.

Publicidade