O que é o ‘bedroom pop’ e como artistas usam o próprio quarto para criar

Explicamos como alguns dos nossos artistas preferidos provocam sua própria criatividade para produzir hits que alcançam o mundo todo.

Por Anny Caroline Guerrera 31 jan 2025, 09h00
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bedroom pop (ou seja, músicas produzidas de forma independente nos quartos dos próprios artistas) passou a se popularizar cada vez mais na indústria. Livres para explorar a criatividade e mergulhar em sonoridades, grandes nomes que você conhece ganharam destaque com faixas feitas de maneira intimista que os levaram ao estrelato. Esse é o caso dos irmãos Billie Eilish e Finneas, viu?

“Eu tenho um histórico de fazer álbuns em que eu toco tudo. Eu já fiz a bateria, guitarra, baixo e todos os vocais”, compartilhou Finneas em entrevista à CAPRICHO em dezembro de 2024. Ainda produzindo para a irmã no mainstream, ele também trabalhou nos próprios discos, mas trouxe os amigos para pensar em como expandir ideias e conceitos em um processo colaborativo.

 “Acho que quando eu escuto o disco, é como ouvir um ambiente de pessoas criando músicas juntas e eu gosto muito disso”, completou.

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O cantor não é o único a passar por isso. Depois do período de pandemia, o número de cantores independentes que se aventuraram aumentou: talentos como PinkPantheress – que já foi artista do mês aqui na CAPRICHO – entraram em ascensão com o hyperpop em combinação com dance, garage e pop-punk.

Apostando na criação própria para inovar e se destacar dentro do cenário alternativo, a britânica usou seus próprios sentimentos para criar faixas sobre suas experiências pessoais com ritmos que fogem do convencional. Ela apostou em divulgações tanto no SoundCloud quanto no TikTok, que foi responsável por seus primeiros hits virais. Você certamente já ouviu Pain e Just For Me por aí. Foi assim que ela conseguiu seu primeiro contrato com uma gravadora. 

A mesma autenticidade é encontrada em projetos de outros cantores que navegam pelo indie pop. Clairo é um exemplo de artista reconhecida na indústria após publicar o vídeo da canção Pretty Girl no YouTube, evidenciando uma nova forma de conversar com o público. Gravado no quarto da cantora, o clipe aborda emoções de forma “crua”, criando uma estética original que a aproxima dos fãs.

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Billie Eilish gravando no estúdio
Billie Eilish gravando no estúdio Instagram/@billieeilish/Reprodução

Gracie Abrams também passou por algo similar, começando a carreira com trechos de canções nas redes sociais, sendo que muitas são até hoje lembradas pelos fãs, como Close To You. Antes da faixa fazer parte da discografia da artista, ela foi compartilhada no Instagram e circulou por anos como uma música não oficial, evidenciando o elo criado entre a artista e quem se identifica com suas composições – que se assemelham a um tipo de diário, com confissões e segredos que representam diferentes experiências.

No Brasil, quem segue muito do mesmo formato é Giulia, que usa os Stories para compor com situações que viveu ou até com ideias enviadas pelos seguidores.

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Ilustração do quadro “Estamos obcecadas”, com a PinkPanthress Arte/Jotave/CAPRICHO

O sucesso de artistas que começaram a carreira produzindo de forma intimista, no silêncio e privacidade do quarto em que passavam grande parte da rotina, os levou ao mainstream e não demorou para que grandes gravadoras e estúdios se interessassem pelo material que cada um criou. 

Rex Orange County, por exemplo, foi descoberto com músicas no SoundCloud e passou a produzir em uma estrutura mais elaborada enquanto seu sucesso só aumentava.

Mas o ponto-chave para continuar em alto está em não perder a essência, mesmo com as mudanças e com a inevitável pressão. Ao mesmo tempo, é importante saber como se reinventar com criatividade e personalidade. E você pode fazer isso de dentro do seu quarto.

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