Os livros que marcaram narrativas e reviravoltas em Garota do Momento

De Érico Veríssimo a Lima Barreto, a novela misturou romances clássicos com amores nada convencionais

Por Arthur Ferreira Atualizado em 7 jul 2025, 11h33 - Publicado em 2 jul 2025, 09h01
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m Garota do Momento, da Globo, o romance foi além do coração e passou pelas páginas dos livros. A novela de Alessandra Poggi, exibida às 18h, usou a literatura como parte essencial da narrativa, especialmente na história de Celeste (Debora Ozório) e Edu (Caio Manhente).

O casal começou a trocar cartas usando os pseudônimos “Olívia” e “Genoca”. O apelido carinhoso vem de Olhai os Lírios do Campo (compre aqui*), livro escrito por Érico Veríssimo em 1938, e que virou novela na mesma faixa horária da Globo nos anos 1980.

Na trama literária, Olívia e Eugênio são dois jovens médicos que se separam por questões sociais. O uso dos nomes na novela é um aceno romântico e sutil, revelando a paixão entre Celeste e Edu antes mesmo de se conhecerem pessoalmente. O próprio personagem de Edu reconhece a referência ao livro ao ler o anúncio enigmático no jornal no início da trama.

Mas não para por aí. A literatura aparece em outros momentos importantes da trama. Em um diálogo com Edu, Celeste desabafa sobre seu papel nas histórias de amor que costuma viver e cita obras marcantes para expressar sua busca por autonomia: “Tô cansada de ser a protagonista submissa de um melodrama romântico. Quero ser a que dita o próprio destino. Há muitos livros que exaltam. Orgulho e Preconceito, Dom Casmurro, O Morro dos Ventos Uivantes…”

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As menções a Jane Austen, Machado de Assis e Emily Brontë dizem muito sobre o momento da personagem, que, assim como suas referências, busca encontrar sua própria voz.

Outro livro que ganha destaque na reta final da novela é Clara dos Anjos (compre aqui*), de Lima Barreto. A obra é entregue como presente por Beatriz (Duda Santos) para Bia (Maisa), em um gesto carregado de significado.

Ao lado de Celeste e Eugênia, Bia formava um trio inseparável até que suas atitudes egoístas e manipuladoras acabaram desgastando a amizade. Aos poucos, o jogo virou, e Bia passou a ser deixada de lado pelas antigas amigas. Mas, mesmo com tantos erros, ela passou por uma jornada de reconstrução.

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Em uma cena exibida na semana final, a jovem aparece lendo Clara dos Anjos sozinha em uma lanchonete, enquanto Celeste e Eugênia estão na mesa ao lado. A imagem reforça seu distanciamento, mas também seu crescimento pessoal.

Com direção artística de Natalia Grimberg e direção-geral de Jeferson De, Garota do Momento usa a literatura como um espelho para os conflitos internos dos personagens. Os livros citados não são apenas referências soltas, mas ferramentas narrativas que ajudam a contar histórias de amor, perdão, resistência e transformação.

*As vendas realizadas através dos links neste conteúdo podem render algum tipo de remuneração para a Editora Abril

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