Pabllo Vittar critica conservadorismo: “Um retrocesso gigantesco”

Cantora vai rodar o Brasil com a Festa da Pabllo, que agitou a noite de sábado (21/10), no Rio de Janeiro

Por Márcio Gomes Atualizado em 31 out 2024, 21h12 - Publicado em 22 out 2017, 12h26
Pabllo Vittar vai rodar o Brasil com sua Festa da Pabllo Márcio Gomes/CAPRICHO

Avassalador! Assim podemos definir o momento atual de Pabllo Vittar. Ícone para milhares de fãs, ela não para de contabilizar recordes, seja em número de seguidores no Instagram – desbancando em números até a drag queen norte-americana RuPaul –, ou conseguindo o topo das paradas, tendo as suas músicas como as mais tocadas no Spotify. Mas nada muda a maneira de ser da artista brasileira.

E o encontro com Pabllo Vittar na noite de sábado (21/10), durante a Festa da Pabllo, no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, provou que apesar de todo esse sucesso, ela continua a mesma. Cercada por vários jornalistas – inclusive imprensa estrangeira -, Pabllo riu, se divertiu com a entrevista, com aquele momento. Sem estrelismo, falou sobre tudo, fez seflies e vídeos, e mostrou mais uma vez que é uma artista autêntica, sem se deslumbrar com a fama.

CAPRICHO: Você alcançou um sucesso estrondoso: fechou contrato com uma gravadora internacional, cantou no Rock in Rio e não para de bater recordes. A fama assusta?
Pabllo Vittar: Eu não imaginava que isso pudesse acontecer, em tão pouco tempo. Por isso, falo que 2017 foi e ainda é especial. Fiquei feliz por cantar no Palco Mundo com a Fergie e por bater recordes com o meu álbum. Eu venho de baixo, sou um artista independente, lancei um EP, que viajou o Brasil, com seis músicas. Trabalhei bastante para estar aqui hoje. E só quero continuar fazendo o meu trabalho.

O que ainda falta conquistar?
Não sei… Eu acho que conseguir manter um relacionamento (risos). Não consigo, acredita? É fogo, por conta da agenda de shows, compromissos de trabalho, não sobra muito tempo. E também sou um pouco difícil de lidar.

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Com a fama, surgem as fofocas. É difícil lidar com esse lado do sucesso?
Eu fico muito triste com as notícias que leio na internet, porque são coisas infundadas, que não sei de onde saem. Porém, já estou me vacinando e hoje esses comentários já não me prejudicam mais. Até porque os meus fãs sabem quem eu sou.

Márcio Gomes/CAPRICHO

No Brasil há um conservadorismo grande nos últimos tempos e você surge como ícone, resistência LGBT+. Tem noção da sua representatividade para os milhares de fãs que se espelham na Pabllo Vittar?
Eu tenho noção. Recebo muitas mensagens de fãs muito novos e que estão descobrindo a sexualidade agora. Assim como eu, sofrem preconceito na escola e a gente vê que isso acontece. E, nos dias de hoje, esse movimento do preconceito tem aumentado por conta de um conservadorismo bobo. É um retrocesso gigantesco! Fico assustada porque estamos em 2017 e ainda precisamos falar de homofobia, transfobia. Isso já era para não ser mais tabu há muito tempo. Fico triste. Procuro, de alguma forma, levar para as pessoas a mensagem que elas podem ser o que quiserem, independente da sexualidade ou do gênero. Eu só faço a minha parte e todo mundo pode fazer um pouquinho.

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Você se considera uma exceção por ter recebido todo apoio dos seus pais?
Eu tenho alguns amigos que receberam esse total da família. Mas isso é uma exceção, sim! Na maioria dos casos, não é assim que funciona. Algumas famílias até expulsam os filhos de casa. Sempre falo para os pais abraçarem às suas filhas e as aceitarem como são porque sempre serão suas filhas. A gente só quer amor e respeito.

Você disse que Criolo é seu crush. Poder rolar uma parceria com ele?
Eu amo muito o Criolo. Ele me lembra uma fase boa da minha vida, na época da faculdade, quando tocava nos festivais e eu assistia. Escuto Criolo até hoje. E seria demais fazer um feat com ele.

Este ano você irá concorrer e se apresentar no Prêmio Multishow. Está ansiosa?
Muito! É a primeira vez que vou fazer uma performance de uma música minha. Vai ser demais.

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A Festa da Pabllo vai passar percorrer outras cidades?
Sim. A próxima acontece no dia 22 de dezembro, em São Paulo, que é um público que sempre me apoiou e que eu amo.

Quais são os próximos projetos?
Gravei uma música com uma parceria internacional, mas ainda não posso dar detalhes. Não vou falar agora (risos). E estou entrando em estúdio para gravar as músicas do meu novo álbum, que sai no próximo ano. Vou para Los Angeles gravar. Já escuto algumas coisas desse novo trabalho e fico nervosa.

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