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Pedro Goifman: do amor pela palhaçaria ao estrelato do mainstream

O ator é um dos protagonistas da série "B.A.: O Futuro Está Morto" e é filho de Angélica em "Tarã" do Disney+

Por Arthur Ferreira Atualizado em 29 out 2024, 18h06 - Publicado em 26 nov 2023, 10h00

Pedro Goifman é um dos protagonistas de B.A.: O Futuro Está Morto, nova série nacional da HBO Max que conta de um grupo de jovens forma uma sociedade secreta para sobreviver em um Brasil distópico. Em conversa com a CAPRICHO, o ator nos contou como foi participar da produção e nos revelou um pouquinho sobre seus próximos projetos, incluindo uma série para a Disney+ com Angélica e Xuxa.

“Foi uma experiência incrível. Eu estava super ansioso para conferir a série, não apenas pela minha atuação, mas por todo o processo de filmagem. Este foi, de longe, o maior set que já estive”, contou sobre se assistir em B.A.

Criado em uma família de cineastas, Pedro Goifman revela suas raízes nas artes desde a infância, envolvendo-se com teatro, cinema e circo. Seu amor pela palhaçaria desde os primeiros anos de vida evoluiu para uma paixão duradoura pela atuação. Ao longo de sua carreira, Pedro acumulou uma série de trabalhos em séries, longas, curtas, campanhas publicitárias e peças teatrais.

“Meus pais são cineastas, então cresci nos sets de filmagem desde pequeno. Acompanhava eles nas gravações e sempre gostei muito desse ambiente. Quando tinha uns quatro ou cinco anos, lembro de ter visto algo relacionado a circo e pensei que aquilo era para mim. Comecei a fazer aulas e me apaixonei pela palhaçaria. Foi só mais tarde, por volta dos sete anos, que tive a ideia de experimentar a atuação.”

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Com apenas 20 anos, Pedro Goifman dá vida a Tomás em B.A.: O Futuro Está Morto, uma adaptação envolvente dos quadrinhos O Beijo Adolescente de Rafael Coutinho. O personagem é um um jovem sedutor e charmoso que enfrenta uma crise ao entrar em um processo de monocromatismo e para o ator, interpreta-lo foi mais do que um simples papel; foi um processo de cura.  

“Eu sou muito diferente do Tomás. Sou mais reservado, menos impulsivo, sem a postura marrenta dele. Mas me identifico com a liberdade dele. Ele está passando por uma crise forte e isso me fez refletir sobre minha própria experiência com a depressão. Interpretar o Tomás foi um processo de cura, e me permitiu relacionar suas vivências com as minhas, o que foi incrivelmente enriquecedor”, revelou.

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Além de seu papel em B.A., Pedro Goifman compartilha os bastidores de Tarã, uma aguardada produção do Disney+. Na série ambientada em um território fictício na Amazônia, Pedro interpreta Kauê, filho de personagens interpretados por Bruno Garcia e Angélica. Ele revela que seu personagem, Kauê, tem uma forte ligação com a moda e é descrito como um garoto sensível, adicionando camadas intrigantes à narrativa.

“Trabalhar com Angélica e Xuxa foi uma experiência surreal. Passamos um mês no Acre para as gravações e foi incrível estar envolvido em um projeto que aborda a preservação do meio ambiente e a cultura indígena. A experiência de trabalhar com Angélica, que interpreta a mãe do meu personagem, foi especial, desenvolvemos um afeto forte e ela é uma pessoa muito generosa e carinhosa.”

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Além de seu trabalho na frente das câmeras, Pedro expandiu seu repertório para a direção, estreando com o curta O Fabuloso Circo Caseiro e, mais recentemente, dirigindo sua primeira websérie de terror, contando com talentos como Jup do Bairro, Linn da Quebrada e Matheus Nachtergaele.

Agora, Pedro se prepara para lançar seu primeiro longa-metragem documental, Sim, que está em pós-produção e deve ser lançado em 2024. “A ideia surgiu durante uma aula de palhaçaria e aborda questões sociais relacionadas à importância do ‘sim’ e do ‘não’. Foi um experimento curioso, onde passei um tempo dizendo “sim” para tudo o que me propunham”, ele explicou sobre seu projeto.

Confira a entrevista completa:

CH: Como foi a preparação para interpretar o Tomás em “B.A.: O Futuro Está Morto”?

Pedro Goifman: Foi um processo muito legal. Passamos por um longo período de testes e, na última fase, participamos de uma oficina com 40 jovens. Durante um mês, íamos para o estúdio realizar vários exercícios e improvisações. Desenvolvemos muitas amizades durante esse processo. O elenco já estava definido, então trabalhamos juntos nesses exercícios, criando intimidade e um jogo entre nós.

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Depois disso, passamos para a fase em que conhecemos nossos personagens. Fomos preparados em uma oficina onde a preparação foi intensa, envolvendo estudo do texto, exercícios de improvisação e análise do quadrinho que inspirou a série. Também pesquisei referências externas para aprimorar a interpretação do meu personagem.

Em quais aspectos você se identifica com o personagem?

Eu sou muito diferente do Tomás. Sou mais reservado, menos impulsivo, sem a postura marrenta dele. Mas me identifico com a liberdade dele. Ele está passando por uma crise forte e isso me fez refletir sobre minha própria experiência com a depressão. Interpretar o Tomás foi um processo de cura, e me permitiu relacionar suas vivências com as minhas, o que foi incrivelmente enriquecedor.

Como é estrelar uma narrativa teen em uma produção brasileira e qual o impacto disso no público?

A importância é enorme. A série aborda questões de diversidade, sexualidade e gênero de forma muito presente. Isso é crucial, especialmente em um mundo preconceituoso, como o que vivemos recentemente. A série satiriza eventos atuais de maneira inteligente. Ver representatividade na tela é fundamental para todos se identificarem e compreenderem diferentes realidades. Consumir produções brasileiras também é essencial para enriquecer nossa cultura e economia.

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Como foi se assistir em B.A. e ver a reação do público?

Foi uma experiência incrível. Eu estava super ansioso para conferir a série, não apenas pela minha atuação, mas por todo o processo de filmagem. Este foi, de longe, o maior set que já estive. Entrar no estúdio e dar de cara com um globo da morte, diversas paredes, plantas (mesmo que fossem de plástico) e outras coisas enormes foi algo surreal. 

A série trouxe à tona um monocromatismo interessante, com maquiagem, figurino e uma boa dose de efeitos especiais. Fiquei curioso para ver como ficariam esses elementos, especialmente os efeitos especiais que mudavam a cor dos meus olhos quando ativava meu superpoder. Apesar da minha autocrítica ao me assistir, fiquei satisfeito com a minha atuação, e a resposta positiva do público foi um calor no coração.

Se você pudesse ter um super-poder, assim como na série, qual seria?

Gostaria de voar. A sensação de liberdade ao voar seria incrível, mesmo que tenha outros super-poderes mais úteis, esse seria o mais divertido.

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Você também vai estrelar a série “Tarã”, da Disney Plus. O que podemos esperar do seu personagem e como foi trabalhar com a Angélica e a Xuxa?

A série Tarã é mágica e tem um toque Disney. Meu personagem, Cauê, é diferente de Tomás. Ele é filho do vilão da série, interpretado por Bruno Garcia. Trabalhar com Angélica e Xuxa foi uma experiência surreal. Passamos um mês no Acre para as gravações e foi incrível estar envolvido em um projeto que aborda a preservação do meio ambiente e a cultura indígena. A experiência de trabalhar com Angélica, que interpreta a mãe do meu personagem, foi especial, desenvolvemos um afeto forte e ela é uma pessoa muito generosa e carinhosa.

Crescer em uma família envolvida com cinema influenciou sua decisão de seguir a carreira artística?

Com certeza, meus pais são cineastas, então cresci nos sets de filmagem desde pequeno. Acompanhava eles nas gravações e sempre gostei muito desse ambiente. Quando tinha uns quatro ou cinco anos, lembro de ter visto algo relacionado a circo e pensei que aquilo era para mim. Comecei a fazer aulas e me apaixonei pela palhaçaria. Foi só mais tarde, por volta dos sete anos, que tive a ideia de experimentar a atuação, e acabei fazendo alguns testes. Recebi um papel e, desde então, levei isso como meu trabalho.

Apesar de muita gente achar que meus pais foram os grandes incentivadores, na verdade, eles eram um pouco cautelosos no início. Tinham receios sobre o trabalho intenso no set e questionavam se eu estava certo de querer seguir essa carreira. Só quando viram que eu realmente estava curtindo e levando a sério é que passaram a me apoiar e até indicar testes para mim. Essa dinâmica foi interessante, mas acabou sendo positiva.

Além da atuação, você também é diretor e roteirista. Pode contar como foi dirigir seu primeiro longa-metragem documental, o “Sim”?

Foi uma experiência muito legal. Sempre gostei de explorar outras áreas além da atuação, como direção, roteiro, fotografia, entre outras. Durante a pandemia em 2020, fiz alguns cursos online e comecei a dirigir curtas, participando de editais online e até ganhando alguns prêmios, o que foi incrível.

Dirigi uma websérie feita inteiramente pelo Instagram, que foi uma experiência muito interessante e divertida. No final do ano passado, decidi realizar um projeto que vinha amadurecendo há alguns anos: o documentário “Sim”. A ideia surgiu durante uma aula de palhaçaria e aborda questões sociais relacionadas à importância do “sim” e do “não”. Foi um experimento curioso, onde passei um tempo dizendo “sim” para tudo o que me propunham. O filme está em fase de finalização, mas ainda estamos buscando mais recursos para deixá-lo da melhor forma possível antes de lançá-lo no próximo ano.

Dirigir me dá um controle diferente sobre a obra, algo que aprecio, mas é importante destacar que minha profissão principal é a atuação. Atuar é minha paixão, e é com esse olhar que eu abordo as outras áreas.

B.A.: O Futuro Está Morto já está disponível na HBO Max.

Para ler a HQ que inspira a série, compre aqui.*

*As vendas realizadas através dos links neste conteúdo podem render algum tipo de remuneração para a Editora Abril

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