e na internet a tendência é o feed zero, tudo clean e neutro, na sessão de fotos desta capa, a regra era outra. Mais colorido, por favor!
Nas araras de roupas que preenchiam o set, as peças de tons vibrantes eram as mais cobiçadas. Na maquiagem, as sombras coloridas e o brilho assumiram o protagonismo. Azul, rosa, verde, vermelho, amarelo se misturavam entre os 11 jovens da Galera CAPRICHO 2025, que estampam a edição digital de setembro da CAPRICHO.
“É meio clichê, mas está todo mundo vivendo num mundo muito cinza, sabe? Mesma roupa, mesma maquiagem. Naquele dia, a gente se desligou disso, foi mágico, como um arco-íris se formando”, recordou Heloísa Santana, de 15 anos.
Para Marina Motta, 16 anos, isso também foi libertador. “Acho que eu nunca me senti tão eu”, confessa. “Nunca consegui me exressar tanto com as minhas roupas, com a minha maquiagem, com o meu cabelo, da forma que eu me expressei ali”, explica.
Rhyan Reis, de 14 anos, nem se importou com o que os meninos da sua idade achariam daquilo. “Provavelmente, muitos diriam que é estranho, só que eu acho isso [o ensaio, a maquiagem, as fotos] incrível. E se eles não gostam, mostra que eu sou diferente, não sou igual a todo mundo”, diz.
Mesmo sem terem conhecido uma época em que a internet não existia, a Galera CAPRICHO acredita que ser você, sem se prender a padrões e tendências, é muito mais complexo quando as redes sociais têm o peso que elas possuem hoje. Ao rolar o feed constantemente, somos expostos a imagens e comportamentos repetitivos, criando padrões de beleza e estilos de vida a serem seguidos.
Tudo isso gera uma percepção de homogeneização, em que todo mundo tem que fazer parte das trends, e faz com que, muitas vezes, entremos em um espiral de comparação nada saudável. Somado a isso, o cyberbullying ganha dimensões assustadoras, e a juventude, em especial, sofre muito nesse cenário.
“Quando você é criança, o mundo é a sua nova descoberta. Agora, quando você é adolescente, a sua descoberta é sobre você mesmo”, afirma Lavínia Azanã, de 15 anos. “Mas é difícil se conhecer quando você está sempre pensando no que os outros querem que você seja ou como querem que você haja”, completa.