MOTTA transforma backstage em passarela para se (re)apresentar ao público

Conduzida por Pablo Monaquezi, a marca de moda autoral passou por um rebranding e apresentou seu novo momento em prévia da Casa de Criadores, em São Paulo.

Por Andréa Martinelli Atualizado em 29 out 2024, 15h39 - Publicado em 27 jun 2024, 22h00
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estilista Pablo Monaquezi escolheu a transformação para o desfile de sua marca autoral, MOTTA, que aconteceu na última quarta-feira (26), em São Paulo. O primeiro sinal de ousadia foi ocupar o icônico espaço no centro da cidade, Love Cabaret; já o segundo, foi transformar seu backstage, montado bem no centro do bar e casa de shows, em uma passarela interativa.

Tudo isso para apresentar ao público, admiradores e imprensa o novo momento de um longo projeto que nasceu em 2021 sob o nome de Projeto Mottainai. “Era isso, o Mottainai era um projeto. Agora, nos colocamos, de fato, como uma marca que traz a mesma experiência anterior, de colocar o upcycling e a sustentabilidade, mas ainda mais como prioridade”, contou à CAPRICHO.

Monaquezi conta que o projeto nasceu adepto do valor da sustentabilidade, bebendo na fonte do upcycling e da reutilização de resíduos da indústria têxtil, como forma de aprimorar processos sustentáveis possíveis. “Hoje, por exemplo, conseguimos desenvolver o nosso próprio tecido feito com fibras naturais reutilizadas”, conta.

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Talvez você, leitor de CAPRICHO, não saiba, mas a indústria têxtil é a segunda maior poluente do mundo, segundo levantamento publicado pela Global Fashion Agenda. Mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados em anos recentes.

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Para simbolizar o amadurecimento de processos produtivos, criativos e o avanço no compromisso com a sustentabilidade, agora o projeto se consolida como marca, sob o nome de MOTTA e foi reapresentado em uma prévia da edição 54 da Casa de Criadores – maior evento de moda autoral do país – programada para acontecer em julho, em São Paulo. 

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O desfile contou com a presença de Pabllo Vittar, assim como Urias e Lettícia Munniz na passarela. As peças que foram apresentadas ficaram disponíveis ao público antes do desfile, para interação e análise. Em uma pegada bem-humorada e camp, com mescla de texturas, tecidos e cores, a marca trouxe intensidade e inovação para este novo momento.

 

A responsável pela beleza foi Julia Monaquezi, irmã de Pablo. “A gente escolheu fazer uma maquiagem mais pesada, um smoke eye clássico, uma boca marcada, com bastante brilho, bastante gloss. Para trazer uma vibe ‘rock star girlfriend’, que está em alta, unindo aos aspectos de passarela. A gente quis trazer esse peso, esse impacto para esse novo momento da marca.”

Este primeiro ato foi batizado de TESTE, Ato I. Nesta imersão, a MOTTA abriu seu processo criativo e posicionamento para o envolvimento ativo das pessoas, promovendo também um consumo mais consciente e personalizado, que redefine a interação entre marca e público.

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Nós queremos ouvir as pessoas e queremos filtrar, pra apresentar, de forma colaborativa o desenvolvimento da nossa marca

Pabllo Monaquezi

Cada convidado recebeu um bloquinho de anotações, com um número de páginas correspondente ao número de looks que foram apresentados, incentivando o público a registrar impressões durante o desfile. Esses feedbacks serão coletados e utilizados para desenvolver o Ato II da coleção, que será apresentado na programação de desfiles da CdC 54.

“Nós queremos ouvir as pessoas e queremos filtrar, pra apresentar, de forma colaborativa o desenvolvimento da nossa marca”, pontua Monaquezi.

Lá na CdC, em julho, após a apresentação, os convidados terão acesso a uma loja pop-up onde as peças desfiladas estarão disponíveis para uma “compra-teste”, e o público poderá comprar as peças com preços reduzidos – além disso, elas estarão acompanhadas de um QR CODE que direciona para um questionário sobre a usabilidade das roupas.

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