Por que autoridades querem criar ‘corredores humanitários’ em Gaza?

Com escalada de bombardeios em Gaza especialistas e autoridades tentam aprovar criação de corredor humanitário, na tentativa de proteger os civis

Por NAIARA ALBUQUERQUE Atualizado em 29 out 2024, 18h13 - Publicado em 18 out 2023, 06h01

O conflito Israel x Palestina segue escalando. Até o momento, mais de 3 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza e 1.400 morreram do lado israelense.

Desde semana passada, Israel decidiu cortar água, comida e eletricidade da Faixa de Gaza. A medida foi condenada por entidades internacionais.

Por isso, é tão importante falarmos sobre como funcionam os corredores humanitários, e porque essa medida é tão essencial – principalmente para a tentativa de garantia de direito humanitário dos civis palestinos, mulheres e crianças que estão no meio do conflito na Faixa de Gaza. A região é considerada a ‘maior prisão a céu aberto do mundo’, em razão das dificuldades que palestinos encontram para deixar o local.

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O que são corredores humanitários?

A Cruz Vermelha Internacional (CICV) define os corredores humanitários como “acordos entre as partes do conflito armado para permitir a passagem segura durante um tempo limitado em uma área geográfica específica”. Ou seja, esses corredores existem para permitir a saída de civis e chegada de ajuda humanitária para pessoas feridas. Nesses lugares, também acontece a passagem de remédios ou itens básicos.

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Pessoas cozinham com lenha
Na faixa de Gaza, pessoas cozinham com lenha, em meio à escassez de combustível e gás, para fornecer alimentos aos palestinos deslocados em meio aos ataques israelenses em Khan Yunis Majdi Fathi/NurPhoto/Getty Images

Brasil na ONU pelos corredores humanitários

O Brasil, que chefia o Comitê de Segurança da ONU, apresentou um texto de resolução sobre o conflito Israel x Palestina que busca a implementação de corredores humanitários na região. Estima-se que 60 brasileiros seguem na Faixa de Gaza – 22 deles já entraram em contato com o governo brasileiro pedindo repatriação.

O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, disse para jornalistas que continuará em busca de ajuda humanitária na região.

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“Esses bombardeios, todos eles, vão criando uma situação cada vez mais delicada, uma situação cada vez mais grave, nós temos a expectativa do Conselho de Segurança da ONU. Vamos insistir na ideia do corredor humanitário, tanto para a saída de estrangeiros e estrangeiras, como também para garantir a entrada de ajuda humanitária”, disse.

Outro impasse é a saída dos palestinos da Faixa de Gaza. O governo egípcio, por exemplo, pediu a suspensão do bombardeio na região para passagem dos civis. Israel, por sua vez, negou que tenha firmado cessar-fogo temporário.

Corredores e direito humanitário

O ‘direito humanitário’, também conhecido como ‘direito de guerra’, nasceu em 1860 e atua sobre duas frentes. A primeira é sobre de mitigar os efeitos da guerra para civis ou pessoas que não estão envolvidas num conflito.

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A segunda é sobre restringir os meios do combate, como uso de armas químicas e biológicas. 

Essas restrições e proteção de civis e pessoas feridas também estão expressas nas Convenções de Genebra de 1949. Tratados considerados super importantes pelo direito humanitário.

Nós, da CAPRICHO, já explicamos as raízes desse conflito durante os séculos 19 e 20. Além disso, nós falamos com uma brasileira que viveu em Israel até semana passada,  presenciou os ataques do Hamas, e decidiu deixar o país por não se sentir mais segura.

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