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Direitos das meninas e mulheres precisam ser garantidos por e para nós

Muita coisa acontece quando uma jovem amazônida reporta os acontecimentos da maior conferência pela igualdade de gênero da ONU.

Por Clara Capiberibe, estudante de ciências ambientais e líder Girl UP Brasil Atualizado em 29 out 2024, 16h04 - Publicado em 14 mar 2024, 16h23
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o próximo destino da Girl Up Brasil + CAPRICHO é… Nova York. Neste mês de março, vamos acompanhar pela segundo ano, a Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW), o maior encontro anual da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre igualdade de gênero e estaremos lá para te mostrar os bastidores e informações exclusivas.

Eu, Clara Capiberibe – 24 anos, jovem amazônida e estudante de ciências ambientais – vou escrever direto de lá para a CAPRICHO até o dia 22. A CSW é “só” o evento mundial mais relevante sobre o tema, viu? As decisões tomadas ali podem impactar o nosso futuro em um mundo que ainda precisa ser muito melhor para nós. 

Ah, e eu convido vocês a visitarem a cobertura que fizemos no ano passado por aqui (você pode acessar os conteúdos neste link). Naquela época, ressaltamos o fato de que jovens mulheres e meninas terem pouco espaço de fala dentro do espaço da ONU. Vamos ver se em 1 ano as coisas mudaram por aqui. 

E eu, uma jovem “guerapezinha da Amazônia” vou compartilhar com vocês como será este longo trajeto até o evento, como é estar presente neste espaço, contando quais foram as minhas percepções como jovem de um estado periférico adentrando na conferência da ONU, que busca promover o direito de meninas e mulheres no mundo inteiro. 

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Vocês acreditam? Esta é a minha primeira viagem internacional. Eu moro no extremo norte do país, um estado da ilha chamado Amapá. Por aqui, as passagens são extremamente caras e pouco acessíveis. Fora que neste momento estamos vivendo o inverno amazônico, onde ficamos por 8 meses do ano com fortes chuvas.

É muito importante saber que esta conferência existe! Pois assim damos luz e importância às temáticas que envolvem as questões de gênero, fazendo com que deixem de ser colocadas de lado e criando uma nova cultura social que veja com seriedade e urgência a ampliação e efetivação dos direitos femininos.

Com a intensificação da crise climática, percebemos que as mudanças das duas estações – sim, por aqui temos só duas – estão cada vez mais intensas. Ao sair de Macapá para Belém – o meu primeiro trajeto da viagem – o avião não conseguiu pousar devido às fortes chuvas e raios na hora do voo. Precisei voltar para minha cidade, esperar o clima melhorar para poder seguir viagem. 

Pois é. Crise climática também atrapalha a mobilidade das pessoas, viu? Em seguida, eu fui de Belém para São Paulo e, de lá, segui para Montreal, no Canadá. Só depois, finalmente, cheguei em Nova York.

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Cheguei aqui um dia antes da abertura do evento, então aproveitei para encontrar a minha amiga Diana (outra guerapezinha que conheci no evento da Girl Up em Brasília, lá em 2022) e caminhamos até a ONU para retirar nossa credencial e pegar nossos tickets para o primeiro dia de evento. Ufa. Deu tudo certo. 

Estou animada para compartilhar como serão esses dias de evento com vocês. Continuem com a gente. 

Mas vamos lá: você sabe o que é a CSW?

A Comissão da ONU sobre a Situação da Mulheres (CSW67) é “só” o evento mais importante sobre direitos das meninas e mulheres e promoção da igualdade de gênero – tem gente até que chama ele de “COP de gênero”, pois é – e acontece anualmente na sede da ONU em Nova York. E isso rola desde 1946, um ano após a criação da própria entidade. A cada edição, duas temáticas principais são discutidas, sendo uma delas prioritária e outra secundária, que analisa se acordos de uma edição anterior específica estão em andamento.

Mas então, quem participa?

Imagina só: a CSW é formada por 45 países do mundo inteiro que negociam até chegar a um em consenso do que é preciso fazer a nível mundial para garantir a autonomia de meninas e mulheres. Após as discussões, é gerado um documento apelidado de “conclusões acordadas”, que irá nortear o avanço das ações globais nesse sentido.

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Mas ué, CAPRICHO, só 45 membros? A ONU não tem 192 países membros? Sim, é isso mesmo e essa dúvida faz muito sentido. A gente explica: essas 45 vagas para membros são divididas por região e cada uma delas elege seus representantes, que tem participação garantida de quatro em quatro anos.

Além dos governos desses países, também estão presentes agências da ONU e algumas (muito seletas) organizações da sociedade civil que compõem o Conselho Econômico e Social da ONU (hoje, apenas quatro organizações brasileiras compõem o grupo). Algumas organizações da sociedade civil organizam um evento paralelo chamado de “CSW das ONGs” e é aberto ao público, fora do prédio oficial da ONU.

É muito importante saber que esta conferência existe! Pois assim damos luz e importância às temáticas que envolvem as questões de gênero, fazendo com que deixem de ser colocadas de lado e criando uma nova cultura social que veja com seriedade e urgência a ampliação e efetivação dos direitos femininos.

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