Veja como foi a viagem de 11 minutos de Katy Perry ao espaço

Missão NS-31 da Blue Origin, empresa de turismo espacial fundada por Jeff Bezos, decolou com 6 mulheres como tripulantes na manhã de hoje.

Por Andréa Martinelli 14 abr 2025, 12h15
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opstar Katy Perry agora pode dizer em alto e bom som que participou da primeira tripulação totalmente feminina a viajar ao espaço em mais de seis décadas.

A missão NS-31 da Blue Origin, empresa de turismo espacial fundada por Jeff Bezos (sim, o dono da Amazon), decolou às 8h30 (horário local) do Launch Site One, no deserto do oeste do Texas, levando Perry e cinco outras mulheres em uma jornada chamada de “suborbital” de aproximadamente 11 minutos.

Acompanhada pela jornalista e apresentadora Gayle King, pela empreendedora e noiva de Bezos, Lauren Sánchez, pela ex-cientista da NASA Aisha Bowe, pela ativista Amanda Nguyen e pela produtora de cinema Kerianne Flynn, Katy Perry viveu o que descreveu como “um sonho de 15 anos”.

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A missão, que alcançou mais de 100 km de altitude, cruzando a Linha de Kármán – o limite reconhecido do espaço –, proporcionou às passageiras cerca de três minutos de gravidade zero, onde puderam flutuar livremente e contemplar a curvatura da Terra.

Momentos após o pouso seguro, imagens capturaram Perry beijando o solo, um gesto que refletiu sua emoção e alívio. “É indizível. Você vê a fragilidade do nosso planeta e sente uma conexão tão profunda com tudo”, disse a cantora em uma transmissão ao vivo, visivelmente emocionada.

Ela também revelou que cantou “What a Wonderful World”, de Louis Armstrong, no espaço.

Em suas redes sociais, Perry compartilhou que levou 300 pulseiras e uma margarida para o espaço, itens simbólicos para ela, com o objetivo de inspirar sua filha, Daisy, e outras jovens a sonharem alto – até as estrelas, literalmente.

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A missão NS-31 teve também como proposta  incentivar mulheres a seguirem carreiras em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

Segundo o New York Times, Lauren Sánchez, que liderou a organização da tripulação, descreveu a experiência como “pura alegria e camaradagem”.

Gayle King, por sua vez, confessou ter sentido certo nervosismo antes do voo, mas afirmou que a vista da Terra mudou sua perspectiva: “É um lembrete de que precisamos fazer melhor como seres humanos.”

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A Blue Origin não divulgou o custo dos ingressos para a viagem, mas especulações apontam valores entre US$ 100 mil e US$ 250 mil, com parte dos recursos destinada à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias espaciais.

Apesar de críticas que questionam o impacto do turismo espacial, a missão foi amplamente celebrada pela empresa como um passo simbólico para a inclusão feminina em áreas historicamente dominadas por homens.

Mas não é bem assim (e não caia nessa pegadinha)

Katy Perry se apresentando com dançarinos no palco do Rock in Rio
Katy Perry em apresentação no Rock in Rio. Wagner Meier/Getty Images

O fato da Katy Perry e pessoas de outras áreas estarem nesta viagem é notável o suficiente para essa viagem se tornar uma pauta para CAPRICHO, mas ideal mesmo é que essas iniciativas realmente valorizem mulheres que realmente contribuem para a ciência e tecnologia espacial, especialmente neste momento, até para gente saber que elas existem.

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Só no Brasil, desde a pandemia, o ingresso de meninas e mulheres na ciência caiu 50%, segundo levantamento da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, com base em informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Além disso, o ingresso de homens em cursos de STEM é o dobro do de mulheres na última década. Em 2023, 74% dos ingressantes nesses cursos eram homens, enquanto as mulheres representavam apenas 26%, uma queda proporcional desde 2013.

O espaço sempre foi um símbolo de progresso e futuro. Mas, se ele continuar sendo construído sem a contribuição das mulheres de forma ativa e significativa, corremos o risco de reforçar a ideia de que o nosso lugar nesse futuro é igual o da Katy Perry, uma mera tripulante convidada.

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