Gif animado com um lettering da Galera Capricho 2024, nas cores verde, azul e preto. O fundo muda de cor
https://beta-develop.capricho.abril.com.br/noticias-sobre/galera-capricho Galera CAPRICHO
Espaço de troca de conhecimento da Galera CAPRiCHO. Um grupo de jovens engajados de 13 a 18 anos que chamamos de leitores-colaboradores e que participam ativamente da vida da redação.
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Não aguentamos mais o perfeccionismo tóxico e tudo “limpo”

Nós nos encontramos na nossa bagunça, sim – e não tem nada de errado nisso

Por Sofia Vieira 26 abr 2025, 17h00
A

tire a primeira pedra quem nunca disse: “não é só uma fase, mãe, é um estilo de vida!”. Para um universo repleto de novidades e tendências nascendo todos os dias, se encontrar de verdade é um desafio dos grandes. 

Quem nunca acordou sentindo que a alma ainda ficou na cama? Ou que não tinha vontade nenhuma de se arrumar para o dia? Vivemos em uma era onde comportamentos assim são ditos como “reprováveis”. Mas por quê?

Num mundo cheio de glosses, maquiagens quase imperceptíveis, cores neutras, skincare, sucos verdes, rabos de cavalo com mousse e todos esses itens da cartela de bingo das clean girls, às vezes, ser apenas uma Charli XCX é um alívio! 

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Olhos esfumados com sombra e lápis preto da noite passada, jaquetas de couro, pizza no café da manhã, unhas por fazer, cabelo como um ninho de passarinhos e dever de casa acumulado são um bom reflexo — esteticamente falando — de onde se encontra essa vibe, a chamada “Messy Aesthetic“. 

Porém mais que isso, é sobre abraçar a sua versatilidade, entender que nem todo dia você terá aquele pico de produtividade, e que nem sempre tudo será maravilhoso.

Está tudo bem querer deitar durante a tarde e maratonar aquela série que você adora, ou acordar tarde porque foi dormir tarde, ou ter preguiça de arrumar o quarto, ou comer aquelas coisas que nós sabemos que não são a melhor opção todos os dias, porque somos humanos e  temos nossos altos e baixos.

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Na cultura pop possuímos alguns exemplos de sustentação da vibração bagunceira como Rodrick Heffley (Diário de um Banana); Anna Coleman (Sexta-Feira Muito Louca); Jenny Humphrey (Gossip Girl); Kat Stratford e Patrick Verona (10 Coisas Que Eu Odeio Em Você); Sam Puckett (iCarly); Peyton Sawyer (One Tree Hill) e Stephanie Tanner (Três É Demais) no mundo do audiovisual e da literatura, mas também “Teenage Dirtbag” dos Wheatus, “The Adults Are Talking” de The Strokes e “Bad Reputation” de Joan Jett & The Blackhearts funcionam como um ótimo exemplo na esfera musical do que estamos falando aqui.

A ruptura com o pensamento ~limpo~ e o “perfeccionismo tóxico” vem abrindo os horizontes para muitos jovens, que passam agora a compreender quem são e como se expressam, entendendo sua individualidade e que nem sempre um padrão precisa ser seguido, mas que você pode criar o seu próprio padrão. É como um grito de independência em relação a todas aquelas amarras do que está em alta e o que não está, porque somos mais que rótulos e aquilo que querem que sejamos.

Como nas vozes de Icona Pop e Charli XCX nos versos de “I Love It”, que possamos celebrar nossa liberdade e nos rebelarmos contra esses padrões tão metódicos do que é viver um bom dia. Que todo dia seja bom porque faremos eles serem assim: encontrando o que há de melhor na nossa própria bagunça!

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