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Espaço de troca de conhecimento da Galera CAPRiCHO. Um grupo de jovens engajados de 13 a 18 anos que chamamos de leitores-colaboradores e que participam ativamente da vida da redação.
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Você pode ajudar as vítimas das chuvas no RS de casa (e mesmo sendo jovem)

Cerca de 800 mil pessoas já foram afetadas pelos efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul. E esse número tende a piorar.

Por Lau Hamad 6 Maio 2024, 14h00
C

 

huvas intensas vêm provocando uma verdadeira tragédia estado do Rio Grande do Sul. Desde a última semana, alagamentos e deslizamentos impactaram mais de 873 mil pessoas ao ponto de o “estado de calamidade pública” ter sido declarado na região – ou seja, é muito, muito grave. Até o momento em que eu, Laura, da Galera CAPRICHO, escrevo esse texto, há 111 desaparecidos, 291 pessoas feridas e 83 mortos – nos próximos dias, esse número pode aumentar com uma rapidez lamentável.

As fortes tempestades que atingiram o estado provocaram o transbordamento de rios, rompimento de barragens e a submersão de cidades. E, sim, este é o maior desastre que o RS já viu. 

Levantamento da Defesa Civil, contabilizou, até o momento, 149,3 mil pessoas fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 364 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 873 mil pessoas. O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado por tempo indeterminado.

E há previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta.

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Dentre os extensos danos causados ao local, é possível citar a destruição de edifícios e construções públicas; o bloqueio de estradas; a inacessibilidade dos moradores à água, energia elétrica e redes telefônicas; as mais de 20.000 pessoas desabrigadas; 100 desaparecidos; e 78 mortos. Meteorologistas alegam que a situação deve ser mais grave do que a do ano passado.

Talvez você não se lembre, mas em setembro de 2023, um ciclone atingiu a região, gerando naquele momento o pior evento climático da história do estado, segundo informações do governo à época. Cerca de 80 municípios registraram perdas e 41 pessoas foram mortas.

Chuvas no Rio Grande do Sul
Chuvas e ciclone atingiu diversas regiões no Rio Grande do Sul em 2023. Exército Brasileiro/ Twitter/Divulgação

Eu fiquei me perguntando: se chuvas intensas e frenéticas são fenômenos naturais e eventos indistintos no Brasil, então, por que o Rio Grande do Sul as vivenciou de forma tão brutal?

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Para começar a responder, é importante ressaltar que os temporais que afligiram o estado gaúcho são extremamente atípicos, uma vez que estão ocorrendo de forma anormalmente intensa e fora de temporada. Eles não podem ser entendidos como “desastres naturais”, mas sim, como fruto da ação humana que provoca mudanças climáticas.

Mas ainda assim existem alguns fenômenos da natureza que nos ajudam a entender por que isso está acontecendo agora. Eu exemplo:

  1. Em primeiro lugar, temos o cavado, que é uma potente corrente de vento que instabiliza o tempo;
  2. Também há a presença de um corredor de umidade vindo da Amazônia que intensifica a força das chuvas;
  3. E o bloqueio atmosférico que é decorrente de ondas de calor que atravessam o centro do país e concentra as chuvas nos extremos do país (tal como o Rio Grande do Sul).
  4. Também é crucial mencionar um dos fatores mais importantes no agravo da situação: o aquecimento global. As mudanças climáticas estão diretamente relacionadas à acentuação dos eventos climáticos.

E os dados mostram para nós que o estado é muito vulnerável a esses eventos climáticos adversos, viu? A Adapta Brasil, plataforma do Ministério da Ciência e Tecnologia responsável por avaliar riscos dos municípios brasileiros às mudanças climáticas, afirma que o Rio Grande do Sul chega a 41% de vulnerabilidade em suas medições, um nível alto.

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Existem planos das autoridades para proteger mais a região deste tipo de questão, mas muitos não saíram do papel ou são insuficientes diante das chuvas avassaladoras, que não dão tempo de colocar um plano de contingência em ação. A tragédia já aconteceu e, provavelmente, ser repetirá caso a gente não haja de forma estratégica e rápida para cuidar do planeta. 

Enquanto isso, existem formas de ajudar às pessoas que estão sofrendo com a situação lá no Rio Grande do Sul. A gente te explica abaixo:

Você pode fazer uma doação (seja de itens de higiene pessoal, ou até financeiramente):  neste momento de extrema vulnerabilidade, muitas organizações e ONGs estão recebendo doações para as vítimas da tragédia. Colchões, cobertores, roupas de banho, água potável, rações animais e cestas básicas são alguns dos itens mais urgentes e necessários.

Existe uma base de dados que concentra campanhas de apoio à situação no Rio Grande do Sul e você pode escolher qual ajudar por lá. Clique aqui.

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Também é possível fazer doações em dinheiro. Certifique-se de doar para um lugar confiável e que vá, de fato, alcançar as pessoas que precisam de ajuda;

Você também pode ser um voluntário: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros – estão sendo cadastrados para compor um banco de profissionais que poderão ser convidados a atuar em hospitais, unidades de pronto atendimento e demais serviços de saúde. O cadastro pode ser feito através neste link.

O seu voto pode fazer a diferença: nas eleições municipais deste ano, dediquem seus votos a candidatos que tenham propostas de governos alinhadas com as pautas climáticas e estejam dispostos a enfrentar as mudanças climáticas com planos para manter o bem-estar do seu estado. Seu voto é muito, muito importante para garantir um Brasil com representantes capacitados para lidar com adversidades como essa.

O seu post nas redes sociais também: compartilhar informações de confiança sobre o que vem acontecendo é uma ótima forma de trazer visibilidade para o assunto e alcançar cada vez mais pessoas que possam ajudar na causa. Use o poder das suas redes para fazer sua parte.

É muito importante que cada um faça sua parte para ajudar. É aquela máxima: só a união faz a força!

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