11 sinais de que você é ‘people pleaser’ e o que isso significa
A necessidade de agradar os outros pode até parecer legal, mas ela tem o potencial de te causar grande sofrimento

necessidade de agradar os outros e se comportar da melhor forma possível, sem causar atrito, pode até passar uma boa impressão, mas também causa grande sofrimento quando domina a pessoa e a transforma em uma people pleaser. O termo, que em português representa esse comportamento de sempre tentar agradar, pode ser considerado patológico dependendo de quanto afeta a pessoa.
A própria Taylor Swift já declarou ser uma “pathological people pleaser” em You’re Losing Me, faixa extra do álbum Midnights, e expressou esse mesmo sentimento na música Mirrorball, de Folklore, onde ela detalha como se modifica e se esforça para entreter e agradar as pessoas ao seu redor, mesmo que seus sentimentos internos não condizem com isso. Pois é, não é nada difícil se deixar levar pela necessidade de ter validação externa.
Pessoas people pleaser costumam ter sido crianças classificadas como as ‘boazinhas’, ‘caladas’ e que ‘não davam trabalho’. Nesses casos, a psicóloga especialista em adolescentes Luciana Garcia explica que o amor recebido peça criança era condicionado a esse bom comportamento. Ou seja, a criança cresce entendendo que: se me comportar bem, sou aceita e amada. Se não, sou rejeitada. O grande problema é que a pessoa entende que seu próprio valor é medido e avaliado pelo outro, que tem o poder de acolher ou excluir, bem como o de confirmar sua importância como indivíduo ou não.
“Do ponto de vista neuropsicológico, também tem relação com dificuldades de autorregulação emocional e com uma autoestima muito dependente de validação externa. É como se o olhar do outro fosse o espelho onde a pessoa mede o próprio valor. A necessidade de agradar vira uma forma de se proteger da rejeição — mesmo que isso custe sua saúde emocional”, aponta a psicóloga.
Como identificar se sou people pleaser?
Como estamos falando de um comportamento que pode ser uma doença ou não, é importante analisar com cuidado suas atitudes e entender se, enquanto você agrada todo mundo, se afasta de quem você realmente é e das escolhas que gostaria de fazer. Isso porque uma pessoa people pleaser costuma dizer sim o tempo todo, mesmo quando quer dizer não e ultrapassa os próprios limites por isso, físicos e mentais.
Ao esconder sua verdadeira opinião e escolha, a pessoa perde cada vez mais quem é e as pessoas ao redor podem nem te conhecer de verdade. Para te ajudar a analisar se esse é o seu caso, Luciana elencou alguns sinais básicos de que você possa ser people pleaser:
- Dificuldade em colocar limites;
- Ansiedade quando precisa tomar decisões que envolvem o outro;
- Prioriza as necessidades alheias e negligencia as próprias;
- Busca constante por aprovação;
- Fica mal quando percebe que alguém não gostou dela — mesmo que não tenha feito nada de errado;
- Fala ‘sim’ mesmo quando quer dizer ‘não’;
- Está sempre disponível para os amigos e familiares mesmo que esteja exausta;
- Faz de tudo para evitar conflito e tem medo de pensar em ser rejeitada;
- Sente culpa ou ansiedade só de imaginar desagradar alguém;
- Passa a tomar decisões pensando mais no que os outros vão achar do que no que é bom para si próprio;
- Começa a se sentir exausto, invisível ou até usado — porque vive se adaptando ao outro e se desconectando de si.
Caso estes sinais condizem com sua situação atual, pode ser que você seja people pleaser e que esse comportamento está te adoecendo. Se for este o caso, é sempre importante procurar ajuda profissional para cuidar da sua saúde mental. A psicóloga explica que quando essas ações se tornam um padrão, podem estar relacionados a transtornos de ansiedade, de codependência emocional, de burnout e de baixa autoestima persistente. “Deixa de ‘ser legal’ e vira uma questão de sobrevivência. Toda vez que um padrão de comportamento é mais sobre sobrevivência do que sobre escolha, ele precisa ser revisto”, afirma Garcia.
Mas, antes mesmo de consultar um profissional, você já pode começar a tentar repensar estes comportamento, como mostra a psicóloga. Segundo ela, o primeiro e mais importante passo é reconhecer que você está cultivando esse padrão de dizer ‘sim’ quando gostaria de dizer ‘não’.
“A partir desse ponto, algumas atitudes fazem toda a diferença, como questionar com você mesmo: ‘eu realmente quero fazer isso?” ou “estou dizendo sim por medo?”. Colocar limites é um músculo emocional que precisa ser aprendido”, afirma. A dica é você começar a se impor com pessoas do seu círculo de confiança para perceber que não será rejeitada por expor sua vontade.
A medida que você colocar limites nas suas relações, vai perceber que o seu valor não é medido por outras pessoas que não você, além de entender que “colocar limites não te torna egoísta. Te torna inteiro”.
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