8 livros que falam sobre o luto e ajudam a ressignificá-lo

O luto é uma experiência universal que pode se apresentar na vida de cada um dos jeitos mais inusitados possíveis. Estes livros são a prova disso

Por Mavi Faria 2 nov 2024, 13h00
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luto é um dos sentimentos mais complexos e difíceis de serem processados justamente porque, ainda mais na falta da pessoa, a presença parece se tornar ainda mais intensa e concreta. Neste Dia dos Finados, processar a dor pode ficar ainda mais difícil e dolorido.

Mas, mesmo que cada um lida com o luto de forma singular, é importante não se esquecer que essa dor não é sentida e sofrida somente por você – aquela história de ‘você não está sozinho’ é a mais pura verdade. E não estamos falamos só de rede apoio.

Claro que se rodear de amigos e familiares, em especial neste dia, para ter apoio e carinho, é muito benéfico e faz o peso da dor ficar mais leve. Mas, mais do que isso, processar sua própria experiência por meio da vivência do outro é uma forma de colocar para fora sentimentos que você nem sabia como fazer – ou que precisava fazer.

Nesse caso, os livros são o seu melhor amigo e escudeiro. Obras que abordam o luto são ótimos meios de espelhar a sua própria dor e pensar nela de um jeito mais sutil, mesmo que a experiência abordada no livro seja distante da sua. Esses livros, inclusive, não necessariamente são de ‘autoajuda’, caso você não seja atraído pelo gênero.

O luto, como um sentimento e uma experiência tão comum e vivenciada por tantas pessoas, não precisa ser o tema central da história para ser abordado. Ele pode – e é, muitas vezes – uma característica da vida do protagonista ou algo pelo qual ele está passando. Mesmo assim, a vida existe e o livro é capaz de mostrar justamente os desenvolvimentos sociais e pessoais enquanto o luto é sentido e processado.

Selecionamos, abaixo, 8 livros em que o luto se apresenta de formas distintas e em meios diversos – histórias de romance, drama, autoajuda, e por aí vai. Confira abaixo.

Notas sobre o luto

Dia de Finados: livros que falam sobre o luto e te ajudam a ressignificá-lo

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Escrito após a morte do pai de Chimamanda Ngozi Adichie em junho de 2020, durante a pandemia que mantinha distante a família, o livro é um poderoso relato sobre a imensurável dor da perda e as lembranças e resiliência trazidas por ela. Consciente de ser uma entre milhões de pessoas sofrendo naquele momento, a autora se debruça não só sobre as dimensões familiares e culturais do luto, mas também sobre a solidão e a raiva inerentes a ele.

Com uma linguagem precisa e detalhes devastadores em cada capítulo, Chimamanda junta a própria experiência com a morte de seu pai às lembranças da vida de um homem forte e honrado, sobrevivente da Guerra de Biafra, professor de longa carreira, marido leal e pai exemplar.

Gerry e Holly são o casal perfeito e a alma gêmea um do outro. Mas tudo muda quando Gerry descobre um tumor cerebral e morre. Devastada pelo luto, tudo começa a mudar quando ela descobre que, antes de morrer, Gerry a deixou uma série de cartas, uma para cada mês e todas assinadas com “P.S. Eu te amo”.

Com desafios e instruções para ajudá-la a seguir em frente, essas cartas vão fazer com que Holly ria, chore, viva e encontre a enorme coragem de criar novas memórias junto das pessoas que ama.

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A morte é um dia que vale a pena viver: E um excelente motivo para se buscar um novo olhar para a vida

Dia de Finados: livros que falam sobre o luto e te ajudam a ressignificá-lo

Nesta obra, a autora aborda o tema da finitude da vida sob um ângulo surpreendente, em que o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos.

Invertendo a perspectiva do senso comum, somos levados a  repensar nossa própria existência e a oferecer às pessoas ao redor a oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida. Em vez de medo e angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o término natural de uma caminhada.

Para sempre interrompido

Dia de Finados: livros que falam sobre o luto e te ajudam a ressignificá-lo

Pouco mais de uma semana depois de se casar, Elsie perde Ben em um acidente e sente o futuro se desfazer diante de seus olhos. Só o que resta é um eterno agora, carregado de questões não resolvidas do passado. Para atravessar sua dor, Elsie precisará inevitavelmente olhar para trás.

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Não só para entender a dimensão de sua perda, mas também para conhecer a nova família que nunca chegou a ter ― e para descobrir, enfim, quem ela se tornou depois de ter seu final feliz interrompido.

Como terminar uma história de amor

Dia de Finados: livros que falam sobre o luto e te ajudam a ressignificá-lo

Helen Zhang é uma autora best-seller e está trabalhando na adaptação de seus romances jovens para a TV quando seu caminho cruza com o de Grant Shepard, roteirista de seu futuro programa e quem ela não vê há 13 anos, desde que a irmã de Helen se suicidou se jogando na frente do carro de Grant.

Após todo esse tempo, Helen ainda precisa enfrentar o luto e todos os sentimentos sobre a irmã, enquanto tenta abrir espaço para Grant em sua vida.

O ano do pensamento mágico

Dia de Finados: livros que falam sobre o luto e te ajudam a ressignificá-lo

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No livro, Joan Didion explora uma experiência pessoal e, ainda assim, universal: o retrato de uma vida em comum que termina abruptamente, os bons e os maus momentos de um casamento e da maternidade, uma reflexão sobre perda e luto capaz de emocionar qualquer pessoa que já amou um cônjuge ou uma criança.

A ridícula ideia de nunca mais te ver

Dia de Finados: livros que falam sobre o luto e te ajudam a ressignificá-lo

Quando Rosa Montero leu o impressionante diário (incluído como apêndice neste livro) que Marie Curie escreveu após a morte de seu marido, ela sentiu que a história dessa mulher fascinante guardava uma triste sintonia com a sua própria: Pablo Lizcano, seu companheiro durante 21 anos, morrera havia pouco depois de enfrentar um câncer.

As consequências dessa perda geraram este livro vertiginoso e tocante a respeito da morte, mas sobretudo dos laços que nos unem ao extremo da vida.

Não fossem as sílabas do sábado

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Depois da morte de André, o lar de Ana fica dolorido. Sem o marido, ela passa a gestar a filha órfã e a lidar com Francisca, a babá que intervém com seus tentáculos de ajuda, e também Madalena, a vizinha, viúva do outro homem envolvido no absurdo acidente que vitimou André.

Neste romance, com sua narrativa íntima que assombra pela concretude, a autora se consolida como uma das vozes mais urgentes da literatura brasileira de hoje.

*Preços consultados em 01 de novembro de 2024. Sujeitos a alterações. As compras feitas através destes links podem render algum tipo de remuneração para a Editora Abril.

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