As poses e o jeito que a Geração Z tira foto dizem muito sobre ela
Aparecer sempre fofa em fotos para agradar os outros? A nossa galera discorda

e antes fazer biquinho fofo para tirar foto, a famosa ‘duck face’, era a pose mais cool do mundo para os jovens, hoje a nossa galera prefere apostar em fotos tremidas, em momentos mais inusitados, e com caretas mais engraçadinhas e “estranhas”. Um exemplo é o sucesso da tal da bunny face (carinha de coelho), que consiste em dar uma “enrugadinha” com o nariz, deixando as linhas de expressão mais aparentes.
Mais do que trends e puro asthetic, esse comportamento online em comum pode dizer muito mais sobre a mentalidade e dinâmica da Geração Z. A criadora de conteúdo Débora Latgé trouxe essa análise em um vídeo nas suas redes sociais, a partir da perspectiva do visagismo, que estuda a identidade de cada indivíduo por meio de sua imagem pessoal. E pode nos ajudar a pensar mais sobre o que você, leitor(a) da CH, e toda a nossa galera está tentando expressar.
A desobediência da Geração Z em fotos
Débora aponta que, diferente dos jovens millenials que tinha muito mais pudor de como os outros estavam lhe reconhecendo, e se estavam sendo legais e fofos, os gens Z não querem ser fofinhos e nem têm tanto essa preocupação em agradar como a geração anterior. Ela destaca que “o rosto é 80% da linguagem visual”, então quando uma pessoa escolhe fazer uma foto desarmônica com uma careta que não está no seu ângulo perfeito (mesmo tendo traços delicados e sendo uma pessoa que poderia estar em uma foto harmônica), ela está passando uma mensagem importante.
“Desarmonia é rebeldia. Então, quando eu faço uma imagem desarmônica, eu não estou na minha melhor versão, no meu melhor ângulo, eu não vou me submeter ao que você espera de mim, que é equilíbrio, harmonia”, explica “Ela está dizendo ‘talvez você tenha que me respeitar, mesmo eu sendo uma pessoa com uma idade muito menor que a sua”, completa.
A Geração Z começa em 1997. Esse grupo é conhecido como a primeira tribo de nativos digitais, ou seja, eles já nasceram conectados. São bons em lidar com atividades multitarefas, ágeis e tem facilidade em aprender coisas novas.
Os jovens que fazem parte dela estão preocupados em transformar o mundo, serem disruptivos, e são mais engajados em causas sociais do que as gerações anteriores. Por nascerem com a internet, é natural para eles usar plataformas, como o X/Twitter, Instagram e TikTok, não apenas para se comunicarem, mas também para se expressarem e defenderem suas ideias.
Na CAPRICHO, encaramos a desobediência criativa como uma forma de questionar o passado e gerar o futuro. Sabemos que esse termo foi e ainda pode ser visto por muitos com um viés negativo de algo fora da lei, mas aqui ele é ressignificado e abraçado para expressar a inquietude e coragem de toda a nossa galera. Para os jovens que escutamos, desobedecer é qualquer ato que saia dos padrões, e a desobediência é uma maneira de se expressar.
E ela pode ser usada em diferentes situação, incluindo na hora de tirar uma selfie e de escolher uma foto para postar. Mas ó, não tem nenhum problema ser jovem e postar selfies só pra exaltar a beleza e biscoitar, ou preferir não postar nada, tá? Lembre-se: você é livre para ser você e desobedecer à sua maneira.
E aí, já tinha pensado nisso? Qual é a sua pose preferida?