Camilla de Lucas chora ao relatar racismo sofrido em avião: “Mais um dia”

Brasileira foi a única da classe executiva que teve seu assento questionado pela companhia; repercussão do caso nas redes escancara racismo estrutural

Por Isabella Otto Atualizado em 30 out 2024, 15h34 - Publicado em 14 set 2022, 09h21
Prints de Camilla de Lucas chorando ao relatar caso de racismo sofrido em avião
Stories/Instagram/Reprodução

A comunicadora e ex-BBB Camilla de Lucas, de 27 anos, foi vítima de racismo durante viagem dos Estados Unidos para o Brasil na última terça-feira (13). O caso aconteceu a bordo de uma aeronave da Copa Airlines.

No Instagram, a modelo denunciou o ocorrido nos Stories. Ela disse que estava sentada no seu assento localizado na classe executiva quando uma segurança da companhia aérea veio questioná-la se ela estava no lugar certo. “Já estava todo mundo sentado, eu já estava sentada, daí ela [a funcionária] perguntou qual era o meu lugar e eu respondi que era aqui. Daí ela falou: ‘Então, deixa eu ver’. Aí eu peguei o cartão [de embarque] e mostrei pra ela”, relatou.

De início, Camilla conta o caso sem chorar e até interage com os outros brasileiros que estavam na executiva e estranharam o fato da moça só ter pedido para checar a passagem dela. “Fui lá e perguntei por que ela tinha pedido só para mim o cartão e ela respondeu que foi só pra conferir os lugares”, contou.

Na sequência, o tom dos Stories muda e Camilla aparece chorando, pois a ficha havia caído e ela tinha enfim percebido que os outros brasileiros que estavam no local eram brancos. “Depois que eu sentei, comecei a ficar nervosa, desnorteada. É um constrangimento as pessoas acharem que a gente não pode ocupar determinados lugares(…) Mais um dia e não vai adiantar de nada. A gente dança conforme a música. Brigar cansa”, lamentou.

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Nas redes sociais, o caso repercutiu e alguns comentários feitos no Twitter escancaram ainda mais o machismo estrutural que contamina e apodrece nossa sociedade. “Certamente os caras caçam imigrantes ilegais e precisam partir de uma base de rotina. Pedem educadamente e a de chapinha (mas ela não estava fazendo transição para o original?) alega racismo”, escreveu um homem chamado Luiz.

Uma usuária, cujo user é Marisa, minimizou o ocorrido com a famosa frase: “Ah, mas agora tudo é racismo”. Não curiosamente, ambos têm tweets de apoio ao candidato Jair Bolsonaro – e, sim, tudo é política.

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Desejamos força a Camilla e aproveitamos para reinterar que racismo é crime no Brasil, segundo a Lei Nº 7.716. “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” nas redes sociais também é um ato criminoso, de acordo com a Constituição.

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