Exposição critica machismo em letras famosas da música brasileira

'Se te agarro com outro, te mato': canções de 1932 a 2018 são citadas em exposição no RS.

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 11h03 - Publicado em 14 mar 2018, 12h15

No mês das mulheres, uma campanha idealizada pela SEPOM (Secretaria De Políticas Para Mulheres), localizada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, chamou a atenção para músicas machistas que são cantadas a plenos pulmões por homens e mulheres. A problematização começou com a música Só Surubinha de Leve, do MC Diguinho, que foi retirada do Spotify em janeiro, por incitar a violência contra a mulher com frases como: “taca bebida, depois taca a pica e abandona na rua”.

Thales Ferreira/Divulgação

A reflexão sobre o funk fez Danusa Alhandra, Secretária de Políticas para Mulheres do município, e outras colegas refletirem sobre letras cantadas, inofensivamente ao longo dos anos, que são carregadas de machismo. Foi assim que surgiu a exposição “Música: Uma construção de gênero”, no saguão do Centro Administrativo de São Leopoldo, localizado na Av. Dom João Becker, 754. “Como está em todos os estilos musicais, a violência e a cultura de ver a mulher de forma submissa está em toda a sociedade, na classe média, na alta, na baixa“, afirma Danusa .

Veja abaixo mais imagens presentes da exposição:

Thales Ferreira/Divulgação
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Thales Ferreira/Divulgação
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Thales Ferreira/Divulgação

Até onde vai a liberdade poética? Ao fazer esta matéria, a CAPRICHO percebeu que, mesmo banida de várias plataformas musicais, a canção Só Surubinha de Leve, do MC Diguinho, continua intacta no YouTube, com clipe e tudo! A plataforma, que barra tantos vídeos sem razão, motivo ou circunstância, não tomou nenhuma atitude contra o cara que “taca a bebida, depois taca a pica” e posta tweets como esses:

Reprodução/Reprodução

Calar-se também é compactuar com a cultura do estupro.

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