“Fotogracria”: conheça a jovem que retrata a verdadeira favela da Rocinha

Quebrando os estereótipos negativos, esta fotógrafa mostra a real sobre morar na maior favela do Rio de Janeiro

Por Bruna Nunes Atualizado em 29 out 2024, 18h22 - Publicado em 2 set 2023, 06h00

“O que ninguém te mostra da favela, a fotogacria te mostra”. Foi assim que a Salém, mais conhecida como “Fotogacria“, guiou o seu trabalho ao retratar a Rocinha (RJ) fora das óticas que marginalizam o local. A jovem, que cresceu lá, é artista, fotógrafa, criadora de conteúdo e reúne um vasto currículo de trabalhos audiovisuais. Além do talento, ela conquistou a galera por representar o lado de quem vive em uma das maiores favelas do país. 

Em um papo superlegal com a CAPRICHO, Salém, que acumula mais de 300 mil seguidores nas redes, contou um pouco mais de como é fazer um trabalho tão importante e poder representar tanta gente! Se você ainda não conhece o corre dela, bora conhecer porque vale a pena demais!

@fotogracria

Esse é o brasil que eu vejo! #favela #esteticabrasileira

♬ som original – fotogracria

Como tudo começou

A fotógrafa conta que desde nova se interessa por arte e por projetos sociais que a favela proporciona: “aqui na Rocinha tem muito projeto social, então eu sempre fiz dança, esporte, bodyboard, que são coisas que, querendo ou não, dentro da comunidade trazem outra perspectiva pras pessoas faveladas“, lembrou ela, que também revelou que fez seus primeiros registros na praia e na época do bodyboard. “A galera odiava porque eu era péssima na época, sério mesmo, eu não entendia nada”, brincou.

Apesar de sempre ter tido interesse por essas coisas, foi em meados de 2020 que ela começou a se aventurar mais pelo mundo da fotografia. Quando percebeu que as pessoas tinham muita curiosidade sobre a favela, depois que suas fotos viralizaram mesmo, ela decidiu começar a registrar todos os rolês e seu o cotidiano como moradora da rocinha.

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A gente tem uma concepção de que tudo que acontece na favela é meio que segredo, né? As pessoas de fora da favela têm muita curiosidade e isso me fez borbulhar de ideias.

Mas ó, quem vê close não vê corre mesmo. Antes de conseguir seu próprio aparelho, ela pegava celulares emprestados, e foi quando conseguiu uma câmera emprestada que estourou de vez nas redes.

@fotogracria

Nunca deve quebrar essas regras na favela

♬ som original – fotogracria

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Da favela para o mundo, do mundo para a favela

Hoje, Salém, que já era conhecida na comunidade, tornou-se um fenômeno e levou sua arte para diversas exposições, como por exemplo, o Museu do Amanhã e até mesmo no museu das favelas, de São Paulo. Para ela, a melhor parte nisso tudo e ver sua comunidade feliz e representada, principalmente os jovens.

“Quando meu trabalho vai pra exposições, quando vai pra museu assim e eu posso levar a menozada daqui, ou alguma pessoa que eu tirei foto, pra uma exposição tipo no Museu do Amanhã pra pessoa se olhar lá naquela estrutura gigantesca… Nem eu nunca tinha ido no museu antes disso [fotografia]. Chegar no museu e ver lá uma pessoa favelada”, respondeu emocionada.

Além de ser incrível proporcionar esses momentos, ela também frisa que seu trabalho presa por ser acessível para geral! “Eu amo ver também as pessoas que não tem um letramento acadêmico ou racial, mas que olhando o trabalho sintam e entendam a mensagem.”, refletiu. 

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Ela já trabalhou com nomes como Tasha e Tracie, MC Poze, Puterrier e outros. Definitivamente, se você quer saber mais sobre a Rocinha, vai na da @fotogacria que ela te mostra!

@fotogracria

O que ninguem te mostra na favela

♬ som original – Melted Videos

 

 

 

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