Homem Pateta, Momo… Relembre as histórias mais arrepiantes da internet

Atenção: esta matéria sobre lendas urbanas na internet contém alerta de gatilho.

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 30 out 2024, 23h53 - Publicado em 5 jul 2020, 10h10
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CAPRICHO/Divulgação

Nos últimos dias, o caso do Homem Pateta ganhou repercussão no Brasil. O perfil vem sendo investigado pela Polícia Civil no Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público Federal também foi acionado. Contas que se escondem atrás do nome de Jonatan Galindo, e utilizam a foto de um homem fantasiado de pateta, estão motivando crianças a participarem de desafios perigosos que incentivam até mesmo o suicídio.

Até o momento, existem contas em português e espanhol, mas nenhum ocorrência foi registrada no Brasil pela polícia. Fora do país, esse caso infelizmente não é novidade. Segundo o Balanço Geral, o personagem apareceu pela primeira vez na internet há 9 anos e se chamaria “Larry, the Loafer”. De acordo com a Organização Internacional da Polícia Criminal (Interpol), o autor do perfil do Homem Pateta é italiano e já foi preso anteriormente.

Uma das imagens utilizadas pelos perfis que usam o nome de Jonatan Galindo Facebook/Reprodução

Uma mãe relatou para o programa Encontro com Fátima Bernardes, que uma dessas contas conversou com seu filho de 10 anos e o mandou se jogar de um prédio. “Há uns 10 dias, meu filho perguntou se podia dormir no meu quarto. Estava trêmulo e com muito medo. Eu comecei a perguntar e veio uma crise de pânico que foi muito feio de ver. Aí, ele disse que, pela manhã, viu um vídeo em que o perfil do tal Jonathan Galindo mandava o meu filho se jogar de um prédio“, disse a mãe, que preferiu não se identificar. O que esse perfil faz é considerado crime cibernético com agravante de colocar em risco crianças.

Não é a primeira vez que perfis e lendas assustadoras surgem incentivando que crianças e adolescentes se coloquem em situações de risco. Muitas vezes, essas histórias surgem inicialmente em chats e recebem o nome de contos da Creepypasta. Relembre alguns dos casos mais icônicos:

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1. Boneca Momo
Em 2018, a imagem da Momo, uma boneca sinistra, começou a circular nas redes sociais. “Tudo começou em um grupo de Facebook onde os participantes eram desafiados a começar a se comunicar com um número desconhecido”, explicou a Unidade de Investigação de Delitos Informáticos do Estado de Tabasco, localizada no México, no Twitter. 

AFP/Reprodução

“Vários usuários disseram que, se enviassem uma mensagem à Momo do seu celular, a resposta vinha com imagens violentas e agressivas. Aliás, há quem afirme que teve mensagens respondidas com ameaças”, afirmou a Unidade de Investigações, segundo a BBC

Para investigadores, além desses perfis incentivarem a violência e o suicídio, eles também podem roubar dados pessoais. A foto da Momo, na verdade, é de uma escultura de uma mulher-pássaro que foi exposta em uma galeria de arte em Tóquio, em 2016. O criador da escultura, Keisuke Aiko, de 43 anos, disse ao jornal The Sun que as crianças não devem ter mais medo porque já jogou a boneca fora.

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2. Slender Man
Segundo a lenda, o Slender Man, ou Homem Esguio, seria alto, magro, sem rosto e com braços longos que se transformam em tentáculos. Esse ser teria a capacidade de se teletransportar e começaria a atormentar a vida da vítima escolhida até ela perder a sua sanidade. Em 2009, até uma web série de terror chegou a ser produzida para esse personagem. Infelizmente, as consequências dessa lenda são bem reais.

Em 2014, nos Estados Unidos, Morgan Geyses e Anissa Weir, de 12 anos, tentaram matar outra garota em sacríficio ao Slender Man. Morgan foi diagnosticada com esquizofrenia precoce e Anissa com transtorno delirante. Acredita-se que a lenda surgiu em 2009, no fórum “Something Awful”, que tinha como objetivo criar fotos sobre supostas figuras assustadoras e publicar em chats que discutiam assuntos sobrenaturais.

3. Baleia Azul
Em 2017, outro viral perigoso também assustou pais e adolescentes: o Jogo da Baleia Azul. O primeiros foram registrados na Rússia e o desafio, que incentiva a auto-mutilação e o suicídio, chegou ao Brasil. Até 2018, o jogo estava relacionado ao suicídio de mais de 100 jovens ao redor do mundo.

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O desafio dura 50 dias e, a cada dia, os participantes recebem uma tarefa diferente por um curador, sendo a última o suicídio. Quem tentasse sair do grupo, recebia ameaças. A delegada Daniela Terra explicou ao El País que o curador pode responder por lesão corporal e até suicídio.

4. Rake
Uma das lendas mais populares da internet, o Rake é um monstro careca, de olhos negros e meio humanoide. Segundo a história, a criatura escolhe uma pessoa aleatoriamente para visitar durante a noite. Apesar de relatos dessa figura existirem há séculos, uma história de 2006 ganhou repercussão nas redes sociais. Ao acordar no meio da noite, uma mulher viu que o monstro observava ela e seu marido. Segundos depois, ele correu em direção ao quartos dos filhos. Apesar de correr para alcançá-lo, quando a mulher chegou ao quarto das crianças, Rake já estava coberto de sangue e com uma de suas filhas no colo, que disse: “Ele é o Rake!”.

5. Mickey Suicida
Outra história medonha e perigosa que circula na web envolve o personagem Mickey Mouse e um vídeo da Disney que teria 9 minutos, e do 3º minuto até o 6º, a tela ficaria preta. Segundo a lenda, ninguém tinha dado muita atenção ao desenho na época em que foi lançado, na década de 30, por pensar que terminava aos 3 minutos. Entretanto, é no 6º minuto que o terror começa. Supostamente, o conteúdo é tão assustador que um historiador que estava fazendo um estudo sobre ele não conseguiu assistir até o final e pediu para um funcionário terminá-lo. Essa pessoa teria conseguido cumprir a tarefa, mas, segundo a lenda, morrido por suicídio na sequência. Outra versão afirma que duas pessoas que trabalhavam na Disney e estavam digitalizando o arquivo também se mataram.

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6. Carazi
Carazi seria um menino de 8 anos, com a boca costurada, sem olhos e garras, que atormenta as pessoas durante a madrugada. A lenda diz que essa figura se esconde pela casa durante a noite e, quando sua vítima levanta, ele se sente autorizado para se esconder embaixo da cama. Segundo a história, ele pode perturbar as pessoas a ponto de causar pesadelos, insônia e até paranoias.

Apesar de algumas pessoas se divertiram com esses contos da Creepypasta, eles podem trazer consequências bem sérias, principalmente se assistidos por crianças. Os pais ou responsáveis precisam orientar seus filhos sobre os perigos existentes na internet, conversar com eles e acolhê-los, e, no caso de interações com personagens como o Homem Pateta, registrar um boletim de ocorrência na polícia. 

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