Movimento ‘No Buy’ rema contra a maré de consumismo nas redes sociais

Contrariando a lógica das tendências, a ideia é incentivar a nossa galera a parar de comprar itens sem consciência e sem necessidade

Por Juliana Morales 5 fev 2025, 13h24
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asta alguns segundos no TikTok ou no Instagram para se deparar com um novo produto que promete fazer toda a diferença na sua vida. Em poucos cliques, você compra mais um item muito parecido com o que você já tem ou que nem precisava. Entrar na espiral do consumismo na era digital é muito fácil, mas uma galera tem buscado sair dessa lógica desenfreada de gastos por meio do movimento No Buy.

Encabeçada por alguns influenciadores, a ideia é incentivar as pessoas a ficarem um ano sem comprar itens não essenciais – ou pelo menos, diminuir bastante, outro conceito semelhante conhecido como “low buy”. Para ajudar, jovens que decidem entrar neste desafio criam listas de coisas que não comprarão em 2025, levando em consideração o que mais gastaram em anos anteriores e o que já têm de sobra, como roupas, acessórios, sapatos, maquiagens e produtos de skincare.

Por que o movimento No Buy tem crescido?

O movimento No Buy não é propriamente uma novidade e ele já apareceu nas redes sociais em anos anteriores. Além disso, acompanhamos  outras tendências parecidas recentemente, como o ‘Project Pan’ que propõem usar suas maquiagens até o fim, prezando pelo consumo de produtos de beleza de forma consciente e sustentável.

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Então, sim, a discussão sobre o excesso já vem sendo tratada, mas segundo um estudo do World Advertising Research Center (WARC), dessa vez, ela pode ganhar mais força e gerar uma mudança de comportamento mais significativa. Além da maior consciência da galera na questão da sustentabilidade, existe também a questão econômica que pesa bastante.

Não à toa, o No Buy tem crescido tanto nos Estados Unidos, onde a inflação está em alta e muitos jovens estão sofrendo com o aumento de dívidas. Mas a tendência também tem ganhado espaço em outros países, incluindo o Brasil. No TikTok, jovens brasileiros contam o processo de parar de gastar com o que é supérfluo e desnecessário. 

@elysiaberman

NO BUY RULES for 2025 #nobuyyear #nobuy #shoppingaddiction #shoppingaddict #shopaholic #debtpayoff #debtpayoffjourney #debtfree #debtfreejourney

♬ original sound – elysiaberman

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@reserva_medcarole

Quem vai fazer esse projeto também? #CapCut #compras #compra #comprinhas

♬ som original – Ana Caroline 💋

 

No momento em que vivemos, da hiperconectividade e da velocidade, cada vez mais se estabelece uma urgência em torno do desejo de se diferenciar, assim como a necessidade de se sentir parte de algo o tempo todo, e isso contribui com a ansiedade que vemos hoje em torno da adesão de todas as tendências – o que significa comprar mais e mais para ficar por dentro. A gente sente que tem que mudar toda hora o guarda-roupa e frequentar os mesmo lugares que todo mundo está indo, né?

O hábito de repensar as compras e priorizar marcas conscientes não é uma tarefa fácil, ainda mais considerando que, infelizmente, fomos acostumados com um tipo de consumo rápido e descartável durante muitos anos. Porém, com pequenas mudanças no dia a dia, seguindo perfis de marcas e pessoas que falam a respeito desse assunto, é possível introduzir, aos poucos, essa prática na sua rotina. Você não precisa parar de comprar totalmente, se não achar necessário, mas, pelo menos fazer isso de forma mais consciente.

Neste outro texto aqui, discutimos mais sobre como a internet pode ser maior aliada ou inimiga da educação financeira do jovem. Precisamos parar de “scrollar” o feed um pouco, sair do automático e pensar no que estamos consumismo e gastando, certo?

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