Continua após publicidade

Pai espanca e mata bebê por não aceitar que fosse do sexo feminino

Caso aconteceu em São Lourenço da Mata, no Pernambuco. De acordo com o Conselho Tutelar, a mãe da criança de 5 meses também sofria violência doméstica.

Por Amanda Oliveira Atualizado em 31 out 2024, 02h00 - Publicado em 22 Maio 2019, 11h00

Augusto Silva da Cruz, de 23 anos, foi preso em flagrante em São Lourenço da Mata, na Grande Recife, Pernambuco, após espancar uma bebê de cinco meses até a morte; a criança era filha dele. De acordo com o depoimento da mãe ao Conselho Tutelar, ele assassinou a criança por não aceitar o fato de ela ter nascido menina.

Reprodução/Reprodução

Segundo informações da Polícia Civil, o crime aconteceu na última sexta-feira, 17. Augusto foi levado para a delegacia da cidade e autuado por homicídio. Ele passou por audiência de custódia, que determinou a prisão preventiva. Não foi a primeira vez que a bebê sofreu maus tratos. Segundo o delegado Ademir de Oliveira, da Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), um caso de agressão contra a criança já havia sido registrado há três meses.

“Na sexta, ela deu entrada no Hospital Petronila Campos, na cidade, com vários hematomas e lesões na cabeça. A mãe contou uma história que ela tinha caído”, disse Ana Lúcia Soares, do Conselho Tutelar de São Lourenço, ao G1. Em estado grave por espancamento, a criança foi transferida para outra unidade, mas chegou à emergência pediátrica sem vida.

Segundo Ana Lúcia, a mãe admitiu que o marido tinha espancado a criança. “Tentaram ressuscitar a menina várias vezes, mas não teve jeito(…) A mãe também era vítima de violência doméstica. Ela teve outros filhos de relacionamento anteriores, que moram na casa de parentes”, disse. A menina se chamava Debora Maria Sales da Silva e era a primeira filha do casal.

Continua após a publicidade

Agora não se pode nem nascer mulher. Por causa desse discurso de ódio, as pessoas acham que podem resolver tudo batendo, espancando e matando. É chocante“, opinou Ana Lúcia. O caso gerou revolta e a população da região chegou a tocar fogo na casa da família. A Secretaria de Assistência Social de São Lourenço informou que o município se responsabilizará pelos custos do funeral.

A humanidade segue doente.

Publicidade