De Casamento às Cegas ao Big Brother: Por que adoramos um reality show?
Psicologia mostra os três principais fatores que nos levam a ficar obcecados com os realities - mas é preciso cuidado para não prejudicar sua saúde mental.

BBB25 começou há menos de uma semana mas, de lá para cá, boa parte da atenção do público brasileiro (incluindo a nossa) já se concentra nos acontecimentos da casa mais vigiada do Brasil.
Anualmente, ao longo do período de confinamento, a galera fica obcecada com o reality e muitas das conversas gira em torno disso, e não só com ele. Ilhados com a Sogra, Casamento às Cegas, De Férias com o Ex, … Todos são exemplos de reality show que fazem muito sucesso entre quem acompanha de casa. Mas você já parou para pensar no que justifica nossa obsessão com estes tipos de programa?
À convite da CAPRICHO, a psicóloga especialista em neuropsicologia, Alexsandra Almeida, identificou três fatores psicológicos que explicam o interessante das pessoas em acompanhar de forma tão assídua os realities.
- Identificação com os participantes, suas trajetórias de vida e personalidade, o que instiga o sentimento de proximidade e pode fazer o espectador se sentir amigo da pessoa;
- Desejo por entretenimento e se divertir;
- Curiosidade no comportamento humano e em como as pessoas irão reagir no confinamento.
“Percebe-se um interesse do público em observar e acompanhar como os confinados irão se comportar em situações extremas ou de conflitos. É como se estivem dando uma olhadinha em ‘uma realidade’ que poderia ser a sua“, analisa Almeida.
Essa situação é ainda mais intensificada pela interação promovida pelos realities com o público, que podem controlar quem permanece ou não na casa e quais narrativas são as prevalecentes. Para a psicóloga, esses fatores dão aos espectadores a sensação de pertencimento e de controle, o que funciona como estímulo para continuar acompanhando.
Contudo, é importante ficar de olho para não deixar essa obsessão com o entretenimento causar efeitos negativos na sua autoestima. Depois de acompanhar, de forma tão intensa, as pessoas dentro dos confinamentos, não é difícil se comparar com os participantes e com a vida que eles expõe ali dentro, perdendo parte da capacidade de discernir o que é real e o que não é.
Além disso, Almeida explica que “o consumo excessivo de reality shows, por si só, pode se tornar uma forma de escapar da realidade e levar a um isolamento social e emocional“. Agora, se o momento de assistir o seu reality show preferido for visto como um lazer para relaxar e esquecer da rotina, você pode ter benefícios como diminuição do estresse, além da possibilidade de conhecer novas pessoas e fazer novos amigos que também são fãs do programa.