Outra notícia que prova que 2017 chegou, mas o fantasma das tragédias de 2016 continua solto. No início desta semana, em Brasília, uma criança de 11 anos foi estuprada por um grupo de jovens, na região de Recanto das Emas. As informações, que foram divulgadas apenas recentemente pela Polícia Civil, mostram que quatro garotos participaram do crime: um jovem de 13 anos anos, um de 15, outro de 17 e ainda um quarto de 20 anos, chamado Wesley da Silva Dias.
Segundo o relatório da investigação, a jovem de 11 anos namorava o menino de 17, e foi encontrá-lo na casa dele. Chegando lá, viu que outros caras estavam presentes. A mãe, que estranhou o fato de a filha não chegar em casa no horário habitual, foi procurá-la e a encontrou na rua, totalmente desnorteada. A menina foi levada para um hospital e fez um exame de corpo delito, que comprovou o abuso sexual sofrido. O celular que os rapazes usaram para filmar o abuso foi confiscado pelas autoridades.
A vítima está atualmente fazendo acompanhamento psicológico e o único punido da história foi Wesley da Silva Dias, de 20 anos, que segue em prisão preventiva (ele já foi liberado da prisão temporária) por estupro de vulnerável e crime de exploração infantil.
Mas o que uma garota de 11 anos estava fazendo namorando um rapaz de 17? Cadê a mãe dessa criança? Ela nem deveria namorar com essa idade! Ela, ela, ela. Se um desses questionamentos passou pela sua cabeça, tudo bem. É natural pensarmos assim ao nos depararmos com uma notícia do tipo. Contudo, é importante entender que pensando dessa maneira, você deposita toda a culpa do estupro na vítima e, consequentemente, diminui o peso do crime (e dos criminosos). Não compactue com a cultura do estupro e do machismo. Nenhum homem, seja de maior ou menoridade, deveria se achar no direito de estuprar uma mulher, tenha ela a idade que tiver. Aliás, pedofilia é crime!
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