Queda da poluição devido à quarentena já salvou 77 mil vidas na China
No mundo, anualmente, 7 milhões de pessoas morrem devido a complicações causadas pela poluição do ar
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que, por ano, 7 milhões de pessoas morrem em razão de complicações causadas pela poluição atmosférica. A maioria delas em países pobres da Ásia. Desse número, cerca de 3 milhões ficam expostas todos os dias a fumaças tóxicas, seja de fogões ou de combustíveis, seja da queima do plástico. No continente asiático, o número de pessoas que respira um ar que segue as diretrizes da OMS chega perto de zero. Na Índia, cidades como Delhi e Mumbai são as que apresentam índices mais preocupantes. Na China, a capital Pequim é a que apresenta ar mais tóxico.
Devido à pandemia de coronavírus e à quarentena global, a qualidade do ar atmosférico sofreu uma melhora considerável em diversos países. Um estudo publicado pela Forbes, realizado por Marshall Burke, professor da Universidade de Stanford, nos EUA, mostra que 77 mil mortes foram evitadas na China, cuja cidade de Wuhan, na região central, foi o epicentro do vírus, desde janeiro até o final de março.
O pesquisador mostra que a paralisação das atividades industriais e a diminuição do tráfego intenso nas ruas foram os causadores diretos dessa melhora na qualidade do ar respirado pelos chineses. Burke acredita que 4 mil crianças com menos de 5 anos e 73 mil adultos com mais de 70 foram salvos. Foram analisadas quatro cidades para chegar à estimativa e o material coletado foi o PM2.5 (partículas responsáveis pelo maior numero de mortes causadas pela poluição atmosférica).
Não é sábio nem correto usar esses dados para tentar minimizar os dados trágicos provocados pela pandemia de coronavírus, mas é interessante refletir como é nosso comportamento habitual, sem enfrentar crises na área da saúde, como o mundo é movido e de quais maneiras prejudicamos não só o meio ambiente, como nós mesmos.