‘Ainda Estou Aqui’ perde para ‘Emília Pérez’ no BAFTA, o Oscar britânico

Ambos os filmes concorriam como 'Melhor Filme em Língua Não Inglesa' na premiação.

Por Andréa Martinelli 16 fev 2025, 16h00
N

ão foi dessa vez. Apesar de forte campanha do Brasil e crises com elenco de Emília Pérez, o longa levou a melhor na categoria de Melhor Filme em Língua Não Inglesa, do BAFTA, premiação considerada o Oscar britânico.

A cerimônia acontece neste domingo (16), em Londres, no Reino Unido. Além de concorrer com o longa de Walter Salles, a produção francesa também disputava a categoria com Tudo Que Imaginamos Como Luz (Índia), Kneecap  e A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha).

Continua após a publicidade

Além da produção de modo geral levar a categoria, Zoe Saldaña, uma das estrelas de “Emilia Pérez”, foi premiada na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante na tarde de hoje.

Mas qual é a crise, CAPRICHO?

Karla Sofía Gascón é a protagonista do longa Emilia Pérez, dirigido por Jacques Audiard.
Karla Sofía Gascón é a protagonista do longa Emilia Pérez, dirigido por Jacques Audiard. Medios y Media/Getty Images

A crise em torno de Emília Pérez escalonou após comentários preconceituosos e problemáticos da progatonista, Karla Sofía Gascón vieram a tona depois da atriz insinuar que a equipe de Fernanda Torres, indicada ao Oscar por Ainda Estou Aqui, estaria fazendo uma campanha negativa contra Emilia Pérez. Te explicamos todo o caso aqui.

Gascón fez declarações consideradas islamofóbicas, xenofóbicas e ofensivas a diversos grupos sociais, incluindo críticas ao movimento Black Lives Matter e às políticas de inclusão de Hollywood.

Continua após a publicidade

Buscando minimizar o impacto negativo na campanha do Oscar, a Netflix optou por retirar Gascón de todo o material promocional do filme. Segunda a Variety, o serviço de streaming também interrompeu qualquer comunicação direta com a atriz, utilizando apenas seu agente como intermediário.

Além disso, a empresa decidiu não mais custear as viagens e estadias de Gascón para eventos da temporada de premiações, incluindo o próprio Oscar.

Caso queira comparecer, a atriz terá que arcar com todas as despesas de deslocamento, hospedagem e figurino. Essa decisão ficou evidente com a divulgação de novos materiais promocionais do longa, em que Zoe Saldaña passou a ter destaque absoluto, enquanto Gascón foi completamente excluída.

A campanha de ‘Ainda Estou Aqui’ até o Oscar 2025

Cena do filme Ainda Estou Aqui em que a família Paiva posa para foto.
Cena do filme Ainda Estou Aqui em que a família Paiva posa para foto. Reprodução/Ainda Estou Aqui/GloboPlay/Divulgação

Mesmo não levando o prêmio, a indicação de Fernanda Torres aos maiores prêmios do cinema mundial, são históricas. Isso porque a atriz é apenas a segunda brasileira indicada ao Oscar na categoria de Melhor Atriz – a primeira foi sua mãe, Fernanda Montenegro, indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1999 por Central do Brasil. O momento é considerado um ‘roubo’ e, agora, Torres tem a oportunidade de ‘vingar’ a mãe.

Continua após a publicidade

Continua após a publicidade

Na categoria de Melhor Atriz, uma das mais importantes da noite, a principal concorrente de Fernanda Torres e que divide com ela o posto de favorita é Demi Moore, que concorre por A Substância.

Além de Fernanda Torres e Demi Moore, também concorrem ao Oscar de Melhor Atriz Cynthia Erivo por Wicked, Karla Sofia Gascón por Emilia Pérez e Mikey Madson por Anora.

Além da indicação de Torres, o Brasil já fez história no Oscar 2025 ao ser indicado para três categorias: Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz e Melhor Filme – a principal indicação da noite. Na categoria de Melhor Filme, também é somente a segunda vez que o Brasil é indicado, com a primeira sendo em 1986 por O Beijo da Mulher Aranha.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o Ainda Estou Aqui narra a trajetória de Eunice Paiva, sua mãe, vivida por Fernanda Torres.

Mãe de cinco filhos, Eunice enfrenta o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, durante a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Ela se torna um dos principais nomes de luta pelos direitos indígenas e, também, pelo direito à memória e reconhecimento da violência provocada pelo estado naquele período.

Continua após a publicidade

Publicidade