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Entrevista: Elena Armas destaca detalhes de Uma Farsa de Amor na Espanha

Conversamos com a autora sobre seu livro de sucesso durante a Bienal do Livro de São Paulo

Por Anny Caroline Atualizado em 30 out 2024, 15h47 - Publicado em 13 jul 2022, 19h40

Teremos uma nova adaptação de romance chegando muito em breve! Uma Farsa de Amor na Espanha*, livro escrito por Elena Armas, vai virar filme e a autora esteve no Brasil para falar mais sobre seu sucesso, que foi o 2º título mais vendido no estande da Arqueiro durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 2022.

*Verifique a classificação indicativa do livro.

Em uma conversa exclusiva com a CAPRICHO, a escritora revelou os detalhes que mais gostou de desenvolver na personalidade de Aaron e Lina, protagonistas de seu romance, além de relembrar como começou a escrever a história: “Quando eu tive a ideia para Uma Farsa de Amor na Espanha, foi um pensamento meio: ‘Bom, eu sei o que gosto em livros. Acho que eu posso tentar escrever?‘”, recordou.

Outro ponto que Elena quis abordar no enredo foi a desigualdade de gêneros dentro do ambiente de trabalho: “É verdade que melhoramos muito nisso com o tempo, as coisas estão melhores, mas ainda existem pessoas que continuam querendo te puxar para baixo só porque você é uma mulher“, destacou a escritora, que é Engenheira, assim como seus personagens.

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Para completar, perguntamos sobre a adaptação do livro, que confirmada recentemente, e a autora nos contou que já leu o roteiro e está muito animada com o que viu, já que algumas cenas icônicas estão presentes por lá!

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Confira a nossa conversa com Elena Armas:

CH: Para começar, gostaria de saber como sua paixão pela escrita começou?

Elena Armas: Eu não era uma grande leitora quando criança. Como todos, eu tinha meus períodos de ler mais ou menos, mas quando entrei na universidade, comecei a escrever sobre livros, então tinha meu blog no WordPress, criei meu Instagram e comecei ficar meio popular, então estava passando muito tempo entre livros, o meu tempo livre, porque tinha meu trabalho de tempo integral. Em certo momento, tudo o que eu estava lendo eram romances e o que eu mais escrevia sobre eram romances. Quando eu tive a ideia para Uma Farsa de Amor na Espanha, foi um pensamento meio: “Bom, eu sei o que gosto em livros. Acho que eu posso tentar escrever?” O resto é história!

CH: Lina é uma personagem bem forte, mas ela também tem algumas cicatrizes e questões que precisa trabalhar em si mesma e acho que isso que a faz ser tão identificável. Mas qual foi a sua coisa favorita de desenvolver na personalidade dela?

E: Minha coisa favorita é a vulnerabilidade da Lina. Ela tenta muito passar essa imagem de que não precisa de ninguém, mas tem aqueles momentos, aqueles vislumbres, em que ela percebe que talvez possa confiar no Aaron e se permite ser vulnerável. Acho que isso é algo que parece fácil de fazer, mas não é tão simples quando você tem cicatrizes, quando você tem um passado. Essa é a minha parte favorita na Lina, esses momentos em que ela se permite confiar.

CH: E sobre o Aaron? O que você mais gostou de desenvolver nele?

E: O que eu mais gosto é que ele presta atenção. Ele está sempre observando e talvez não diga que percebeu algo sobre ela, mas ele percebeu e demonstra isso. “Não, não, estou te levando para esse lugar porque sei que você gosta”, “Eu sei que você está surtando agora”, “Eu sei qual é o seu filme favorito” e “Eu sei que você está fingindo não gostar de mim quando, na verdade, gosta”, essas são minhas coisas favoritas nele. Como ele observa quando se importa, mesmo que você não possa perceber se ele está prestando atenção o tempo todo. Acho que tem algo bem sexy em ter um homem que está ouvindo e prestando atenção.

CH: Uma coisa que eu acho importante no seu livro é o tópico da desigualdade de gênero no ambiente de trabalho. Como foi falar sobre isso e passar essa mensagem?

E: As duas coisas que eu queria falar no meu livro eram: ser uma mulher em uma área da Ciência e Tecnologia (STEM: Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e escolhi Engenharia porque sou uma Engenheira, então queria passar essa mensagem para garotas que estão estudando ou trabalhando nessa área.

Ainda existem essas dinâmicas [de desigualdade] mas você pode lutar contra elas e não deve deixar ninguém te dizer algo negativo porque você é uma mulher. E a outra coisa era o desiquilíbrio de poder, conectado ao fato de que você está em uma indústria dominada por homens. É verdade que melhoramos muito nisso com o tempo, as coisas estão melhores, mas ainda existem pessoas que continuam querendo te puxar para baixo só porque você é uma mulher. Só por causa disso.

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Então, queria conectar essas duas coisas e mostrar que, porque é um livro de romance, se você encontrar a pessoa certa para ficar, mesmo que você esteja trabalhando na mesma indústria, mesmo que você passe pelo que a Lina passa com Aaron no fim do livro, pode dar certo. É sobre encontrar a pessoa certa, confiar e trabalhar nesse poderes e dinâmicas, que precisamos combater.

CH: Outra coisa muito divertida de ler são as referências da Espanha e a família da Lina, que é incrível. Como foi construir essa parte cultural na história?

E: Essa foi a parte mais empolgante e talvez a que eu tenha feito ser mais única. Como leitora, isso não era algo que eu via muito, essa representação de uma família da Espanha, que é a experiência que eu tenho em todos os natais, quando vou para casa. Eu queria mostrar isso para o mundo, de uma forma, é assim que é uma família da Espanha, é bagunçada, é enorme e, às vezes, exaustiva. Mas também pensei que muitos países podiam se identificar com isso, com essa representação, com essa família divertida e exaustiva (risos).

CH: Agora, precisamos falar da adaptação! Como está sendo tudo isso para você?

E: Estou muito feliz e muito empolgada! Quer dizer, estou tentando ser muito realista, a verdade é que você nunca sabe em Hollywood. Às vezes, você vende os direitos de adaptação e nada acontece, mas estou muito animada! O roteiro está tão divertido!

CH: Sei que você não pode dar spoilers, mas nos conte algo… (risos)

E: Okay! Uma coisa sobre o roteiro é que as duas cenas mais icônicas que as pessoas mais amam, das cenas engraçadas, estão lá! Eu fiquei meio: “Isso precisa estar lá.” (risos) Pode ser bem divertido!

CH: Ok, a minha próxima pergunta era qual cena você gostaria de ver no filme, então…

E: Ok, vou contar! (risos) A cena do futebol…

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CH: Foi a que eu pensei!

E: Sim! A cena do futebol definitivamente está lá. Foi uma das minhas cenas favoritas para escrever e foi tão divertido. É a primeira vez que o Aaron fica mais brincalhão e sai da concha dele. Foi muito divertido escrever e muito bom ver no roteiro também.

CH: Também acho que foi uma das primeiras vezes em que a Lina sentiu que tinha algo além do fingimento.

E: Sim! Foi quando ela pensou: “Ei, espere um pouco… Isso é… Nossa!”

CH: Já que estamos falando sobre o filme, qual música você gostaria de ver na trilha sonora?

E: Acho que seria divertido ter a música que a Lina e sua irmã dançam no livro. É uma música muito icônica para mim, da minha infância, é por isso que eu a coloquei. Então, seria muito, muito divertido ter isso no filme, mas vamos ver!

CH: E como está sendo estar aqui no Brasil recebendo todo o amor dos fãs?

E: Tem sido ótimo! Fui no estande da minha editora 15 minutos atrás e consegui conhecer algumas pessoas, tirei algumas fotos e uma menina ficou tão emotiva que eu quase comecei a chorar de emoção! As pessoas aqui são tão doces, eu amo os leitores brasileiros. Vocês já eram tão legais nas minhas DMs, nas mensagens online, e agora que eu vejo pessoalmente, é incrível. Estou muito feliz de estar tendo essa experiência.


 

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