Lívia Silva quer ser “um instrumento de representatividade” para os jovens
Uma conversa entre Verena Sena, ex-Galera CAPRICHO, e a atriz de 17 anos que é promessa do audiovisual brasileiro
Quando fala-se sobre as jovens que têm despertado olhares no cenário artístico, é imediato pensar em referências como Larissa Manoela, Duda Pimenta, Maisa, Sophia Valverde, entre outros. Mas a atriz Lívia Silva, de 17 anos, que interpretou Guilhermina em Sessão de Terapia, do GNT, é outro nome que merece destaque.
Ela foi apadrinhada por Selton Mello, protagonista da série sobre saúde mental, e agora interpretará a personagem Jasmine em uma adaptação de Um Ano Inesquecível – Primavera, pela Amazon Prime, um dos contos mais famosos da escritora e influenciadora Bruna Vieira.
Nascida em São Bernardo dos Campo, na região metropolitana de São Paulo, Lívia iniciou a carreira aos 10 anos no teatro e logo já atuou em seu primeiro longa. Ela integrou o elenco de Maré Nostrum e de Todos os Mortos. Agora, um grande marco na carreira da atriz será a protagonista Jasmine. Massa, não é?!
Em entrevista à CAPRICHO, ela conta que desde bem novinha adorava participar de apresentações na escola e em festas de família. “A Lívia de 10 anos sempre sonhou alto, mas ela não imaginava o quão longe iria chegar. Sempre me imaginei fazendo arte e vivendo pela atuação. A minha maior ambição sempre foi viver para a arte, contar histórias que me emocionaram”.
Hoje, ela se orgulha de ter dado passos significativos em sua carreira e criar novas narrativas. “Vejo a arte como uma ferramenta de transformação, identidade e pertencimento. Através dela é possível se ver no outro, se entender como indivíduo e principalmente com ser social”, diz. “Me vejo como um instrumento de representatividade. Vejo a representatividade com uma força importante para construção da minha identidade como jovem negra no Brasil.”
Leia a entrevista completa:
CH: Como foi a sua descoberta pelo interesse na área artística?
Lívia Silva: Sinto que sempre tive essa veia artística, desde pequena adorava me apresentar em trabalhos de escola, festas de família, hahahaha E principalmente, sempre gostei de criar e fantasiar histórias na minha cabeça. Fui uma criança muito criativa, que inventava brincadeiras com poucos materiais. Brinco que eu usava e abusava da minha criatividade, inclusive tinha vários amigos imaginários, além de conversar com eles eu também os interpretava.
CH: Quais foram os aprendizados ao lado do Selton Mello em “Sessão de Terapia”?
Lívia Silva: Sessão foi um divisor de águas na minha carreira, tive a oportunidade de conhecer grandes atores como Morena Baccarin, Fabíula Nascimento, David Junior e Selton Mello – um padrinho que a arte me deu. Atuar ao lado dele, como Guilhermina, foi uma grande escola e trago comigo ensinamentos que vou levar para a vida.
CH: Na carreira, durante a pré-adolescência, sofreu dificuldades em lidar com a falta de oportunidades por ser uma adolescente negra?
Lívia Silva: Desde o meu início, tive o prazer em dar vida a personagens potentes que fugiam do estereótipo e da caixa que a sociedade nos colocam. Contudo, ainda somos a minoria no audiovisual.
Sempre tive muito apoio e uma família muito esclarecida, que me ensinou a ressignificar os “nãos” e as faltas de oportunidades. Mas como disse Viola Davis “Se não há oportunidades, você é invisível. Não importa o quanto você trabalhe, o quanto você é talentoso”.
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(Adriano Manques, maquiador, visagista e caracterizador, junto ao seu assistente fiel Alberto Alves, produziram as fotos utilizadas nesta entrevista à CAPRICHO. Veja os bastidores no carrossel acima.)
CH: A Lívia Silva de 10 anos, se imaginava estrelando um filme futuramente?
Lívia Silva: A Lívia de 10 anos sempre sonhou alto, mas ela não imaginava o quão longe iria chegar. Sempre me imaginei fazendo arte e vivendo pela atuação. A minha maior ambição sempre foi viver para a arte, contar histórias que me emocionaram e que pudessem transformar ou levar uma mensagem ao público, e partindo disso, sempre deixei o destino se encarregar do resto.
CH: Sobre as referências de atores negros, você pensa em alguém especial que é ferramenta de inspiração?
Lívia Silva: Sim, tem muitas pessoas que são minhas inspirações, como: Taís Araújo, Zezé Mota e Lázaro Ramos. Costumo dizer que além da inspiração, eles também desbravaram e capinaram o caminho para eu estar aqui hoje.
CH: Qual a importância da Arte para você?
Lívia Silva: Vejo a arte como uma ferramenta de transformação, identidade e pertencimento. Através dela é possível se ver no outro, se entender como indivíduo e principalmente com ser social. A arte estimula a expressão de opiniões e sentimentos.
CH: Com 17 anos, você se vê como referência para outros jovens?
Lívia Silva: Me vejo como um instrumento de representatividade. Vejo a representatividade com uma força importante para construção da minha identidade como jovem negra no Brasil, e entendo o quão importante é para as crianças e jovens negros. Tem muitas mulheres negras que também estão vindo por aí, e que eu quero muito ver em grandes papéis, como: Heslaine Vieira, Alana Cabral, Duda Pimenta, Lellê… São muitas histórias esperando para serem referenciadas.
CH: Entrando nos bastidores, o que você sentiu ao vivenciar um set onde a diretora e a atriz Juliana Alves eram mulheres negras?
Lívia Silva: Para mim, é muito importante estar em um projeto em que eu olho e vejo diversidade e representatividade com a presença de negros em todas as etapas e principalmente na direção. É uma alegria dividir cena com a Juliana (@julianaalvesiam), ela é uma mulher genuína de uma atuação linda e sensível, e quando eu olho para Jamile (@jsmarinho), me sinto realizada e muito emocionada. Somos milhares de “uns” contando histórias para outros milhares, que se vêem em mim e nela em outros, por isso é importante que estejamos em todas as etapas.
Aqui é a Verena Sena, e essa é mais uma grande atriz para ficarmos de olho. Enquanto isso, por aqui, vamos contando os dias para estreia de Um Ano Inesquecível – Primavera.
Beijos! <3