Madame Teia tenta ser diferente e fracassa ao se levar a sério demais

O longa estrelado por Dakota Johnson chega aos cinemas nesta quinta-feira (15/02)

Por Arthur Ferreira Atualizado em 29 out 2024, 16h12 - Publicado em 15 fev 2024, 12h25
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pós lançar os desastrosos filmes Morbius, Venom e Venom: Tempo de Carnificina nos cinemas, a Sony Pictures provou que continua apostando em longas medíocres sobre o universo do Homem Aranha em seu mais recente lançamento, Madame Teia. Estrelado por Dakota Johson, o filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (15), mas a CH já assistiu e pode garantir: é um dos filmes de super-herói mais genéricos dos últimos anos (e olha que a competição é boa).

Para contextualizar: no universo das HQ’s da Marvel, a Madame Teia é uma das principais aliadas do Peter Parker. Ela chama a atenção por ser extremamente enigmática e por ter uma história  intrigante: Cassandra Webb nasceu com uma doença neurológica que a deixou cega e paraplégica, mas que também lhe concedeu poderes que a permite prever o futuro e ter habilidades psíquicas. 

Inicialmente, a ideia de trazer uma personagem tão diferente para um filme de origem solo é ótima, principalmente em um momento em que os filmes de super-heróis não estão obtendo o mesmo sucesso que na década passada. Porém, no fim das contas, esse é só mais um longa que tenta se diferenciar das demais produções do gênero, mas que não tem a coragem de sair do convencional. 

 

Em alguns casos, é possível analisar se um filme vai ser frustrante apenas assistindo aos primeiros cinco minutos. Esse é o caso aqui. Logo na primeira cena, Madame Teia bombardeia o espectador com uma narrativa completamente clichê, mas sobretudo indiferente e apática ao mostrar o passado da mãe da protagonista e a origem dos poderes de Cassandra.

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Além disso, é neste momento em que conhecemos o vilão, que também é um dos grandes problemas do filme. Sem carisma e sem uma motivação compreensível, o personagem interpretado por Tahar Rahim é a grande ameaça, mas ele parece ter sido retirado de absolutamente qualquer outra história.

A única coisa diferente por aqui, além dos poderes de Cassandra, é a tentativa de equilibrar elementos de thriller em um filme de super-herói. Há sim, momentos de suspense que são muito bem executados e deixam o espectador ansioso pelo o que pode vir aí, como a cena do metrô, mas é somente isso. Um eterno “vem aí”. A narrativa, que sempre joga a história para um lugar comum, faz com que esses elementos de thriller não funcionem tão bem quanto em outras produções como Batman (2022), por exemplo.

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Uma das poucas coisas que funcionam em Madame Teia é a pequena dose de humor seco, principalmente por parte da personagem de Dakota Johnson. Algumas piadas funcionam muito bem, mas mais uma vez: não é o suficiente. Talvez essa seja uma das principais críticas: o longa quer ser diferente, mas não se arrisca a ponto de conseguir rir de si mesmo. O filme se leva a sério demais e é apenas mais um filme de super-herói.

Um exemplo disso é que assim que o trailer foi divulgado, a frase “ele estava na Amazônia com minha mãe quando ela pesquisava aranhas pouco antes de morrer” foi tirada de contexto e virou um grande meme nas redes sociais. Não sabendo aproveitar o hype, a frase foi retirada da versão que foi aos cinemas.

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O filme reúne um elenco ótimo, mas as performances dos atores são extremamente prejudicadas e desperdiçadas por um roteiro medíocre. Talvez um ponto positivo nesse quesito tenha sido a química entre a personagem de Dakota Johnson e as adolescentes que ela precisava salvar, interpretadas por Isabela Merced, Sydney Sweeney e Celeste O. A relação entre essas personagens completamente desconhecidas começa sem ligação alguma e completamente artificial na primeira hora de filme, mas consegue conquistar o público em seus momentos finais – outro problema, o filme acaba justo quando começamos a comprar que um laço começa a ser criado entre elas.

Ao se passar nos anos 2000, o filme desperdiça mais uma carta coringa na mão. Com uma obsessão pela estética Y2K crescendo cada vez mais na mídia, o filme parece usar pouco disso – quase nada. Há uma piada aqui e ali, uma trilha sonora com hits como Toxic, de Britney Spears, mas nenhum elemento icônico consegue salvar um filme que desperdiça todo o seu potencial em troca de tudo o que é mais genérico na indústria. ⠀

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A péssima condução de Madame Teia só levanta ainda mais questionamentos sobre a capacidade da Sony Pictures em gerir um universo próprio do Homem-Aranha.

Madame Teia chega aos cinemas no dia 15 de favereiro

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