Sabrina Carpenter está cansada das críticas feitas a artistas femininas
"Nós [mulheres] temos que ter casca grossa, mas eles não podem aprender a calar a boca", declarou a cantora
abrina Carpenter está cansada de ouvir quem julga suas músicas são inapropriadas. A cantora de 26 anos disse, em entrevista a Rolling Stone norte-americana, que não pode controlar o que viraliza na internet, fazendo referência aos vídeos de momentos em que ela simula posições sexuais nos seus shows. Ela compartilhou sua visão sobre como tem sido difícil ser mulher atualmente, sobretudo artista, e lidar com críticas constantes e o ódio virtual.
“É sempre muito engraçado para mim quando as pessoas reclamam. Elas dizem: ‘Tudo o que ela faz é cantar sobre isso [sexo]’. Mas essas são as músicas que vocês tornaram populares. É evidente que vocês adoram sexo. Vocês são obcecadas por isso”, declara.
A loira é estrela da revista Rolling Stone dos meses de julho e agosto. Na capa da publicação, chamada de ‘Sabrina Superstar’ (‘Sabrina Superestrela’, em português), a voz de Juno pode ser vista de lado, apoiada sob seus joelhos, enquanto usa apenas uma meia-calça branca e seu corpo nu está coberto por longos cabelos ondulados.
“Há muitos outros momentos [no show] além das posições de Juno, mas esses são os que vocês publicam todas as noites e comentam. Não posso controlar isso. Se você for ao show, também vai ouvir as baladas e os números mais introspectivos. Eu encontro ironia e humor em tudo isso, porque parece ser um tema recorrente. Não fico chateada com isso, exceto que às vezes sinto uma pressão louca para se engraçada”, continua.
Sabrina se refere a isso mais uma vez quando se mostra preocupada com o ódio online sofrido por artistas mulheres, duramente criticadas em razão do seu gênero. “Não quero ser pessimista, mas realmente sinto que nunca vivi em uma época em que as mulheres foram tão criticadas e escrutinadas em todos os aspectos. Não estou falando apenas de mim. Estou falando de todas as artistas mulheres que estão fazendo arte neste momento”, aponta. “Nós [mulheres] temos que ter casca grossa, mas eles não podem aprender a calar a boca”, acrescenta.
“Estamos em uma época tão estranha em que você pensaria que isso é o poder feminino e que as mulheres estão apoiando as mulheres, mas, na realidade, no momento em que você vê uma foto de alguém usando um vestido em um tapete vermelho, você tem que dizer tudo de ruim sobre ela nos primeiros 30 segundos em que a vê.”
A cantora Dolly Parton, com quem Sabrina colaborou na versão deluxe do álbum Short n’ Sweet, participou da entrevista e revelou que a confidenciou uma grande lição enquanto elas passavam horas numa caminhonete gravando o clipe de Please, Please, Please. “Lembro-me de dizer: ‘Nunca sacrifique sua moral, sua alma, seus princípios e seus próprios valores’. Sempre vou valorizar o que fizemos. Vou guardá-la com carinho no meu coração e na minha cabeça.”
Mas e o álbum novo?
A artista anunciou Man’s Best Friend, que será lançado com um intervalo de apenas um ano e seis dias do seu aclamado disco anterior, Short n’ Sweet. Sabrina se mostra feliz com as 12 faixas inéditas e conta que se dá ao direito de não ligar para as críticas antes de o material ser lançado.
“Estou vivendo a glória de ninguém ouvir ou saber sobre ele e, portanto, posso não me importar, posso não dar a mínima para isso, porque estou muito animada.”
A artista desabafa sobre acreditar que já chegou naquele momento em que não existem mais regras sobre seu próprio trabalho. Por ela, está tudo certo fazer como Dolly Parton e Linda Ronstadt, lançando coletâneas com 10 músicas anualmente. “Quando paramos de fazer isso?”, questiona.
“Se eu realmente quisesse, poderia ter estendido o Short n’ Sweet por muito, muito mais tempo, mas cheguei naquele ponto da minha vida em que penso: ‘Espere um segundo, não há regras’. Se me sinto inspirada a compor e criar algo novo, prefiro fazer isso. Por que eu esperaria três anos só por esperar três anos? É tudo uma questão do que parece certo.”
Man’s Best Friend será lançado em 29 de agosto com 12 faixas inéditas, entre elas o single Manchild.
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