Séries médicas vivem nova onda de sucesso com The Pitt, Pulso e mais

Novas produções exploram cenários variados, tensões emocionais e temas contemporâneos para renovar o fôlego do gênero hospitalar

Por Arthur Ferreira 18 abr 2025, 09h01
P

or mais que os dramas hospitalares nunca tenham saído completamente de cena, 2025 vem selando o retorno triunfal das séries médicas ao topo das conversas e dos streamings. Impulsionadas pelo sucesso arrebatador de The Pitt, produção da Max, essas histórias de jalecos, diagnósticos e dilemas humanos voltaram a ocupar espaço privilegiado na cultura pop — e prometem ficar por um bom tempo.

Desde ER: Plantão Médico nos anos 1990 até a longevidade impressionante de Grey’s Anatomy, no ar desde 2005, o gênero conquistou gerações ao equilibrar tensão médica com dramas pessoais. Agora, uma nova leva de produções resgata esse formato, atualizando-o com temas contemporâneos, diversidade de cenários e foco ampliado em saúde mental — tanto dos pacientes quanto dos próprios médicos.

O fenômeno The Pitt

Grande catalisadora desse novo boom é The Pitt, série ambientada na sala de emergência de um hospital em Pittsburgh. Com uma estrutura narrativa que acompanha 15 horas seguidas de um plantão médico (um episódio por hora), a produção conquistou público e crítica com seu realismo, tensão constante e abordagem de traumas da pandemia.

Continua após a publicidade

Com 94% de aprovação no Rotten Tomatoes e uma segunda temporada confirmada para 2026, a série trouxe de volta o ator Noah Wyle, conhecido por seu papel em ER, agora interpretando o protagonista Dr. Michael Rabinavitch. Além do reencontro com um rosto conhecido, a produção se destacou por discutir de forma crua os efeitos emocionais e psicológicos de trabalhar na linha de frente da saúde.

Novos títulos, novas abordagens

A força de The Pitt despertou a atenção das plataformas, que logo aceleraram suas apostas no gênero. A Netflix emplacou Pulso, ambientada em Miami, que mistura emergências médicas com tramas familiares e traumas pessoais da protagonista. A série ganhou destaque ao abordar saúde mental entre profissionais da saúde e já aparece entre os títulos mais assistidos da plataforma.

Continua após a publicidade

Outro título que vem chamando atenção é Doctor Odyssey, drama criado por Ryan Murphy que transporta o cenário hospitalar para um cruzeiro de luxo. A série, exibida pelo Disney+, foca nos desafios médicos em alto-mar e no impacto emocional das emergências longe da estrutura tradicional de um hospital.

Continua após a publicidade

Já no Prime Video, a produção brasileira Sutura também conquistou espaço. Estrelada por Cláudia Abreu e Humberto Morais, a série retrata dois médicos impedidos de exercer a profissão — um por dívidas, outra por um trauma físico — e aposta em um olhar mais introspectivo sobre o que significa cuidar quando se está quebrado por dentro.

Da comédia ao drama psicológico

Além dos dramas clássicos, o gênero também se reinventa. St. Denis Medical, série em formato pseudodocumental, mistura o humor de The Office com o cenário hospitalar, criando uma abordagem leve e irônica sobre os bastidores de uma clínica. Já Mentes Extraordinárias, disponível na Max, se aprofunda no universo da neurologia a partir das ideias do médico e escritor Oliver Sacks, interpretado por Zachary Quinto.

Essa diversidade de estilos e narrativas mostra que as séries médicas não estão apenas de volta — estão se reinventando. Explorando desde os dilemas éticos da medicina até o esgotamento emocional dos profissionais de saúde, essas produções oferecem ao público uma combinação de entretenimento, identificação e reflexão.

Publicidade