Criminosos usam aplicativo Discord para atrair e torturar menores de idade
Reportagem veiculada neste domingo pelo Fantástico mostrou que crianças de 13 anos foram atraídas e torturadas por criminosos
O aplicativo Discord, conhecido principalmente pelo seu uso entre comunidades de jogos, tem sido cada vez mais utilizado entre criminosos para atrair e até torturar sexualmente de pessoas – principalmente meninas – menores de idade. A denúncia foi feita pelo programa Fantástico, veiculado neste domingo (25) na TV Globo e mostrou que crianças de 13 anos foram torturadas por eles.
Segundo a reportagem, até o momento, quatro homens foram presos acusados de estarem envolvidos nos crimes. As principais vítimas são meninas. Além de atraí-las, os homens as chantageavam com ameaças de que iriam divulgar fotos íntimas delas. Algumas meninas chegaram a se mutilar com o nome ‘Dexter’ escrito na pele – o pseudônimo de um dos acusados.
“A gente espera que os pais conversem preventivamente, busquem se os filhos têm alguma lesão, se ficam muito tempo dentro do quarto. O diálogo é importante”, afirmou o delegado João Roque ao programa.
De acordo com especialistas consultadas pelo Fantástico, a pandemia de covid-19 ajudou a potencializar alguns fenômenos presentes na internet, entre elas o uso da internet e exposição a conteúdos 18+ por jovens.
Crescimento de denúncias
Um levantamento da Safernet, uma organização não-governamental, divulgado em maio deste ano, já havia mostrado que as denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil compartilhadas com autoridades cresceu 70% nos primeiros quatro meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. Trata-se do maior crescimento desse tipo de denúncias, neste período do ano, desde 2020, segundo a ONG.
“O crescimento de denúncias é um termômetro do impacto causado nos usuários da Internet que se deparam com este tipo de conteúdo criminoso produzido por pessoas que usam a rede para difundir imagens de abusos sexuais contra crianças e adolescentes. O controle social é fundamental no enfrentamento aos abusadores”, disse o diretor-presidente da Safernet, Thiago Tavares, em nota divulgada à imprensa.