Meninas precisam ser o foco na revisão da ‘Plataforma de Pequim’, na ONU

CAPRICHO e Girl UP Brasil te contam o que está rolando no maior evento que discute direitos das meninas e mulheres no mundo.

Por Giovanna Basso, da Girl UP Brasil Atualizado em 12 mar 2025, 12h21 - Publicado em 11 mar 2025, 19h24
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odos os nossos olhos estavam voltados para Los Angeles e para a trajetória de Ainda Estou Aqui até o Oscar. O filme ganhou o prêmio de Melhor Filme de Língua Não-Inglesa e conta a corrida de Eunice Paiva por reconhecer que a morte de seu marido, Rubens Paiva, foi cometida pelo Estado na época da Ditadura Militar.

Agora, com o fim da jornada de premiações, precisamos direcionar o nosso olhar para outro lugar: Nova York e, mais precisamente, a sede das Nações Unidas. A partir desta semana e até o dia 21 de março, a ONU Mulheres promove a 69ª edição da Comissão Sobre a Situação das Mulheres (CSW, da sigla em inglês), que é a maior conferência global dedicada à equidade de gênero e ao empoderamento feminino. 

E essa conferência vai dar no que falar, viu? Com a presença de chefes de estado de todo o mundo – e com o climão global acontecendo, capitaneado pelos Estados Unidos – o Brasil precisa brilhar no evento e celebrar o poder da juventude para transformar o futuro. 

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Ah, e já estava me esquecendo: é hora de me apresentar, né? Eu sou Giovanna Basso, tenho 22 anos, sou de Brasília (DF) e nos últimos seis anos, atuo como ativista da Girl Up e da Women Deliver para garantir não só os direitos de mulheres, mas de jovens meninas. Atualmente eu moro em São Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos.

E para quem não conhece a Girl Up é uma organização global que existe com o propósito de empoderar meninas  de diferentes regiões do Brasil e do mundo para se tornarem líderes ativistas pela justiça social. Aham, chique demais.

A Girl Up, assim como outras organizações, estará presente na CSW este ano, aprendendo e conversando sobre desenvolvimento sustentável, educação e o que precisamos fazer depois de 30 anos da Plataforma de Pequim. 

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Se este é o seu primeiro contato com a CSW, vamos juntos. Esta é a minha primeira vez indo na conferência e vamos explorar todos os cantos deste evento juntos. Se eu falasse que não estou nervosa, o meu nariz cresceria um pouco, porque eu estou muito ansiosa: é evento para cá, evento pra lá; que roupa eu uso? Como é ir para Nova York? Quem eu vou conhecer? É tanta coisa acontecendo que é difícil se concentrar no que realmente é importante — falar sobre mulheres e meninas. 

Juventude e as discussões sobre a plataforma de Pequim

Sabe aquela famosa frase “direitos das mulheres também são direitos humanos”? Pois é. Faz 30 anos que ela foi dita pela primeira vez. Isso aconteceu em Pequim, na China, no ano de 1995 e esta foi a quarta edição da CSW.

O documento publicado a partir daquele encontro estabeleceu compromissos fundamentais para alcançar a equidade de gênero e o empoderamento das mulheres em diversas áreas: educação, saúde, participação política e direitos econômicos. De lá para cá, 30 anos se passaram e ainda temos muita coisa para refazer.

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E precisamos insistir que os direitos das adolescentes também são direitos humanos. Isso porque gênero não é a única variável na agenda da equidade, viu? O recorte por idade é crucial porque uma mulher tem obrigações de “gente grande” — trabalhar, pagar conta e muito mais.

Meninas adolescentes deveriam ter o direito de curtir a sua adolescência sem nenhum impeditivo. Ou seja, deveríamos ir, vir, frequentar a escola, fazer amizades, assistir a filmes, estudar e descobrir o que querem para o seu futuro. Nós sabemos que nem sempre é assim, mas a Declaração de Direitos Humanos assegura que todos nós temos direito a uma infância e adolescência tranquilas e com dignidade. 

Não podemos pular fases da vida. É ótimo ser criança, ser adolescente e ser jovem. Tem tanta coisa para explorar no mundo. E nós queremos que todas as meninas adolescentes e jovens adultas possam fazer exatamente isso — explorar o mundo.

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A estratégia é essa: apostar em meninas e jovem mulheres para que quando elas crescerem e virarem adultas, elas empoderem outras meninas também. Nós, meninas e jovens mulheres, ainda estamos aqui. 

A expectativa é grande e a vontade de trabalhar é maior ainda. Esta conferência é histórica porque vamos rever os erros do passado, aprender com eles e olhar para o futuro. Desta vez, meninas vão ser o foco da conversa.

E se eu fosse você, grudaria os olhinhos nas redes sociais da CAPRICHO, porque eu e a Girl Up Brasil vamos te mostrar como se luta pelos direitos das meninas em Nova Iorque. Bora?

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