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Por que Diana, a Princesa (feminista) de Gales, mudou o mundo

Você ouve falar de Kate Middleton, de Príncipe Harry... Mas nenhum desses nomes existiria se antes não tivéssemos conhecido Lady Di, um ícone da história!

Por Isabella Otto Atualizado em 31 out 2024, 09h59 - Publicado em 15 nov 2018, 10h00

Quando o assunto é a família real britânica, muito provavelmente você se lembra de nomes como o da Rainha Elizabeth, da Kate Middlteon, do mozão Harry… Pessoas com menos de 35 anos dificilmente vão citar de prontidão o nome de Lady Di. Mas a Princesa de Gales foi mais que a esposa de Charles e a mãe de William e Harry. Bem mais! Ela foi uma mulher que mudou o seu mundo – e o de tantas outras pessoas – e fez a diferença.

Foto de Lady Di sentada numa escada
Lady Di descansando em sua casa, residência em Highgrove, Gloucestershire. Tim Graham Photo Library/Getty Images

Nesta matéria, você vai conhecer mais sobre Diana: mãe, mulher, princesa, ativista, feminista, ícone fashion, alvo de paparazzi e personagem histórico.

1. Diana Frances Spencer foi a primeira princesa a negar submissão

Existe um tradicional discurso que é feito em todos os casamentos da monarquia britânica. Elizabeth II o fez quando se casou com Philip, Duque de Edimburgo, e assim fizeram suas antecessoras de trono. As mulheres não dizem simplesmente que vão respeitar os maridos, mas declaram obediência. Diana, entretanto, recusou-se a dizer que se tornaria uma submissa do marido e alterou essa parte do discurso, com autorização da realeza, é claro.

Lady Di no casamento
Princesa Diana e príncipe Charles em seu casamento em 1981 Terry Fincher/Princess Diana Archive/Getty Images

2. Ela reconquistou o respeito da realeza inglesa

Diana casou-se com Charles em 1981, depois de encontrar-se apenas 13 vezes com seu futuro esposo. Na época, a Inglaterra estava uma loucura! Muitos protestos estavam acontecem nas ruas contra a monarquia, que se transformou em uma espécie de piada. Seu tradicionalismo e seus rituais quase medievais viraram motivos de piada em músicas cantadas por bandas como Sex Pistols. Mas foi só Diana aparecer para o cenário mudar! É claro que o foco da Imprensa e do povo era a nova namorada de Charles, mas a futura princesa cativou a todos com seu jeito tímido e misterioso, e fez com que a família real voltasse a ser o centro dos holofotes de uma forma positiva novamente.

Lady Di interagindo com o povo
Lady Di interagindo com fãs durante viagem para o Canadá, em maio de 1986; Diana era aclamada no mundo todo Georges De Keerle/Getty Images
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3. Quebrou antigos paradigmas da monarquia

Antes de Lady Di, a família real britânica era muito mais reservada e, mesmo nos eventos, a interação com o povo era sempre cautelosa e distante. O muro invisível estava sempre presente. Depois de Lady Di, a realeza inglesa passou a rever suas atitudes. Diana ganhou o apelido de Princesa do Povo, por sempre tocar nas pessoas, receber presentes, falar com elas, beijar, abraçar… As atitudes de Kate Middleton hoje e inclusive as de Harry só são possíveis porque Di um dia existiu.

4. Desmistificou a Aids e o vírus HIV

Se ainda hoje há pessoas que têm receio de se relacionar e tocar em uma pessoa soropositivo, nos anos 80 era pior. Por ainda ser uma doença bastante desconhecida, as pessoas tinham medo de pegar Aids pelo simples toque – e não adiantava um médico falar que não. Cansada de ver pacientes com HIV marginalizados, Princesa Diana organizou uma visita a um centro de tratamento e sem luva, o que foi um choque para muitos , cumprimentou os pacientes soropositivos e abraçou tantos outros. “Em 1987, quando muitos acreditavam que a Aids poderia ser contraída através do toque, a Princesa Diana sentou-se numa cama onde deitava um aidético e segurou sua mão. Ela mostrou ao mundo que as pessoas com Aids não mereciam o isolamento, mas sim compaixão. Isso ajudou a mudar a opinião do mundo, ajudou as pessoas com Aids, e também ajudou a salvar as pessoas em risco”, afirmou em discurso Bill Clinton, ex-Presidente dos EUA, em 2001.

Lady Di dando a mão para um soropositivo
Diana apertando a mão de um paciente soropositivo, nos anos 80 Tim Graham Photo Library/Getty Images

5. Foi a primeira princesa a ter os filhos em um hospital

Era costume da família real britânica que os partos fossem realizados dentro do castelo, como acontecia antigamente. Diana, porém, disse que aproveitaria os avanços da medicina para dar à luz em um hospital, para facilitar a vida dos médicos e enfermeiros, da criança e a dela mesma. William, Duque de Cambridge, nasceu no dia 21 de junho de 1982, no St Mary’s Hospital. Harry nasceu dois anos depois, no dia 15 de setembro. Lady Di: para muitos, princesa. Para nós, rainha!

Lady Di com seu primeiro filho no colo
Diana saindo do hospital com o Príncipe William no colo Princess Diana Archive/Getty Images
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6. Usou a fama para atrair a atenção da mídia para causas esquecidas

Você já deve ter notado que o Príncipe Harry está sempre viajando para atender a uma causa social e grande parte dessa herança foi herdada de sua mãe. Diana, que foi sempre muito perseguida pela mídia, usou os holofotes a seu favor. Para você ter uma ideia, até em um campo minado ela andou! E quando os fotógrafos disseram que as fotos não tinham ficado boas, Di percorreu todo o percurso novamente, deixando muitos de boca aberta – e cabelo em pé! Tudo isso para que o mundo conhecesse através da imprensa uma realidade totalmente diferente, e que precisava de atenção. “Quero que meus meninos entendam as emoções das pessoas, suas inseguranças, angústias, esperanças e sonhos(…) Faça ações aleatórias de caridade, sem expectativa de recompensa, com a confiança de que um dia alguém possa fazer o mesmo por você”, garantiu durante vida.

Lady Di em viagens humanitárias
A vocação filantrópica de Lady Di moldou os padrões atuais de engajamento da realeza britânica Tim Graham Photo Library/Princess Diana Archive/GettyImages/Reprodução

7. Foi a primeira princesa a levar os filhos para a Disney

Pode parecer algo meio sem importância de início – afinal, a realeza britânica tem dinheiro para comprar a Disney, se quiser -, contudo foi também um marco protagonizado por Di. Até então, os herdeiros reais eram tratados como se vivessem dentro de uma bolha, uma redoma de ouro. Diana, em contrapartida, queria que seus filhos conhecessem o mundo e aproveitassem o que duas crianças no auge de seus 10 anos poderiam aproveitar. Ela foi pra Disney e se jogou no Splash, depois foi esquiar, andar de barco… E foi levá-los à escola também. Uma mãe presente e protetora. “A família é a coisa mais importante do mundo”, disse quando questionada sobre seus filhos.

8. Fez da moda sua melhor amiga

Lady Di se transformou em um dos maiores ícones fashion de todos os tempos e muitos de seus looks já ganharam exposições ao redor do mundo. Visionária, ela usava a moda para se expressar e abriu um caminho incrível para que Kate e outras tantas representantes reais e da política fizessem o mesmo. Color Block? Diana já usava. Vestido com capa? Também. Terninho com calça? Com certeza. Porque uma princesa não é feita só de vestidos bufantes! 😉

Lady Di com seus looks marcantes
Algumas das tendências icônicas eternizadas por Diana (e suas pernas, que eram sempre notícia) Georges De Keerle/Getty Images
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9. Foi o estopim para o jornalismo de celebridades que conhecemos hoje

Se você assistir ao documentário The Story of Diana, organizado pela ABC e People, que está atualmente disponível na Netflix, vai se assustar com tamanha perseguição que a princesa sofreu. Milhares e milhares de fotógrafos a cercavam diariamente e não respeitavam sua privacidade. Charles já ficou bastante irritado por não ter nenhum fotógrafo o cobrindo no evento enquanto todos estavam atrás da esposa. No funeral de Lady Di, Earl Spencer, irmão da princesa, afirmou que a imprensa matou Diana. Como ela era recorde de vendas, os veículos não pensavam duas vezes antes de estampar uma capa com a Princesa de Gales – e os fotógrafos faziam qualquer coisa por um clique. Quanto mais íntimo ele fosse, melhor. Foi daí que surgiu a cultura dos paparazzi que, hoje, assombra artistas como Justin Bieber. E olha que na época de Diana ainda não tinha celular!

Manifestação em prol de Lady Di
Protesto em Londres em memória de Diana Spencer Peter Macdiarmid/Reprodução/Getty Images

10. Entrou para a história

Na noite de 31 de agosto de 1997, em Paris, Diana, Princesa de Gales, morreu em um acidente de carro. O motorista estava bêbado e, para piorar, o carro estava sendo perseguido por um paparazzo. Foi uma comoção mundial! Hoje, anualmente, pessoas do mundo toda vão para o Palácio de Kensington, no dia de falecimento de Lady Di, e prestam homenagem à mulher que quebrou padrões, superou obstáculos, sofreu e mostrou que uma princesa é feita de carne e osso e passa por “problemas” como depressão pós-parto, bulimia e divórcio. Filantropa, ou seja, que tem amor pela humanidade e pratica atos de caridade, é como muitos a classificam. Os livros de história a tratam como a Princesa do Povo. As mulheres, como uma heroína, um exemplo real (em todos os sentidos) a ser seguido, uma pessoa que, mesmo em meio a dificuldades, ia para a luta com seu sorriso encantador e olhar misterioso. 

Memorial de Lady Di
Memorial em homenagem à Lady Di Chris Jackson/Getty Images

11. Foi uma princesa feminista

“As pessoas acham que, no fim das contas um homem, é a única resposta. Na realidade, uma ocupação recompensadora é melhor para mim”, disse Diana para muitos que acreditavam que casar-se com um príncipe era o auge de sua vida. Ela queria mais! Para muitas pesquisadoras feministas, Lady Di é um exemplo girl power pois tomou as rédeas da própria vida, mesmo quando estava cercada por pessoas que a diziam o que fazer, fez suas próprias escolhas, mesmo que nem sempre elas fossem tidas como corretas, e não abaixou a cabeça para um homem nem para um Parlamento recheado de figuras masculinas. Ela representou as mulheres enquanto estava na família real e depois da marcante separação.

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Frase dita por Lady Di
Reprodução/Reprodução

Já conhecia a história da Lady Di? Mais um mulherão da realeza britânica para amar sem medo! 

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